Por estes dias, as portas do Museu Nacional de Arte Antiga estão fechadas ao público.
Mas a casa que guarda o maior número de tesouros nacionais do país, abre janelas que nos dão vistas largas para ver o mundo através do olhar daqueles que lá trabalham.
A série “À nossa Guarda, a História de quem cuida”, realizada por João Estrada, conquistou em Barcelona, o júri dos prémios maiores da museologia, património e recuperação, como Project of Influence na secção IMAGINES, desafiando os vigilantes do Museu a escolherem algumas das obras em exposição e a falarem sobre elas. A história, as histórias não se resumem às obras, e já seria tanto. A arte é outra. Convidando-nos a entrar num território de intimidade, valorizando o papel dos profissionais que habitualmente permanecem invisíveis ao público.
O júri considerou o projeto “encantador e transformador”, sublinhando o seu impacto na prática museológica contemporânea, ao promover uma visão mais comunitária e participativa do património.
Adelaide Lopes é a voz que hoje nos guia.
Formada em História e História de Arte, técnica do serviço de educação do MNAA há quase 30 anos, cuidadora e guardiã de projectos, como este, ou acolhendo o público nas visitas ao Museu.
Podia ter sido professora, mas encontrou no Museu Nacional de Arte Antiga, o sentido para a sua vida.
Talvez lhe possamos chamar uma missionária da arte.
Adelaide Lopes é “Pessoa para Isso”.