Antes do regresso aos palcos, o melhor da Sétima
legião pode ser recordado numa Memória.
Oiça a reportagem de Ana Sofia Carvalhêda.
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"MEMÓRIA: O MELHOR DA SÉTIMA
LEGIÃO" EM CD E DVD
EDIÇÃO DIA 23 DE
ABRIL DE 2012
É altura de comemorar os
30 anos de uma das mais icónicas bandas na música portuguesa dos anos oitenta.
A Sétima Legião prepara-se em força para voltar aos palcos numa tournée que
terá as primeiras datas no dia 29 de Abril na casa da Música e 4 de Maio no
Coliseu de Lisboa e irá a todo o país até final de Novembro.
Para já, e em
antecipação aos grandes momentos que se avizinham, fica a edição no dia 23 de
Abril de "Memória: O Melhor da Sétima Legião" e a reedição de todos os discos
de estúdio da banda.
"Memória" é um CD+DVD em
que o CD inclui os temas emblemáticos da Sétima Legião num alinhamento que
percorre todos os seus discos de originais.
O DVD inclui a gravação do concerto
da Sétima Legião no Pavilhão Carlos Lopes, Lisboa, no 29 de Dezembro de 1990,
gravado e emitido pela RTP na altura mas que é agora é editado comercialmente
pela primeira vez com o áudio remasterizado e vídeo tratado. Como extras do
DVD, encontramos 7 videoclips e ainda imagens da participação da Sétima Legião
no concerto de tributo a José Afonso a que chamaram de "Filhos da Madrugada",
realizado em Junho de 1994 no estádio José de Alvalade, onde interpretaram o
tema "Cantigas do Maio".
No mesmo dia em que é
posta à venda a colectânea "Memória" são reeditados os 5 discos de estúdio da
Sétima Legião. O som de cada disco foi remasterizado digitalmente a partir das
bobines originais, as artwork foram retocadas passando a incluir todos os
créditos referentes à gravação de cada álbum e as letras de todas a músicas, e,
por fim, os alinhamentos passaram a incluir, a título de temas extra, algumas
versões de canções exclusivamente editadas em maxi-singles e que nunca foram
editadas no formato CD.
Sétima Legião
No início dos anos 80, um
grupo de miúdos lisboetas – fascinado pelos sons vindos de Manchester, mas
também pela música tradicional portuguesa – pega em guitarra eléctrica, baixo,
bateria, mas também gaita-de-foles, para fazer uma música que viria a ficar
cristalizada, no seu estado mais puro, num surpreendente single de estreia
«Glória» / «A Partida» (1983), produzido por Ricardo Camacho.
Naquela altura, início
dos anos 80, estávamos a viver o chamado «boom do rock português». Que de rock
– pela incipiência e mediocridade da maior parte dos projectos – tinha pouco… e
de português – pela injecção de um qualquer espírito local – ainda tinha menos
ou quase nada. Mas havia excepções. Havia na altura bons grupos rock, só rock e
fosse ele que rock fosse: GNR, Xutos & Pontapés, UHF, Rui Veloso, Street
Kids. E havia grupos, e artistas, que do rock partiam para uma qualquer ideia
de portugalidade e/ou de tradição: Heróis do Mar, António Variações, Ocaso
Épico… E haviam outras aproximações, de outras áreas: os Banda do Casaco vão,
nessa altura, e muito bem, ao rock. Os Trovante estão em alta. Fausto assina,
em 1982, um álbum magnífico chamado «Por Este Rio Acima», com uma energia que,
se não é rock, está lá muito perto. A Sétima Legião foi, contudo, o melhor
exemplo nacional de que se pode fazer uma música viva, pulsante, original,
actual e ao mesmo tempo popular e elitista (entendendo-se aqui a expressão, sem
preconceitos, como sinónimo de «destinada a um público mais exigente e
esclarecido»). E foram-no desde o início.
Ao longo dos anos e em
sucessivas entrevistas, os músicos da Sétima Legião, e até o próprio Paulo
Marinho, sempre disseram que a inclusão de uma gaita-de-foles num grupo de
características essencialmente rock tinha mais a ver com a busca de um som
original e não tanto de uma «busca de portugalidade». Até pode ser, mas a
verdade é que a gaita-de-foles (e mais tarde também as flautas) foi a pedra de
toque para dar ao grupo uma sonoridade posterior ainda mais próxima das raízes
tradicionais, com a inclusão de músicos como Gabriel Gomes (acordeão), Paulo
Abelho (bombos e outras percussões), Miguel Teixeira (viola d’arco) e,
pontualmente, de um colega de Marinho nos Gaiteiros de Lisboa, Carlos Guerreiro
(sanfona, gaitas, percussões).
Nos últimos quinze anos,
a Sétima Legião deu vários concertos e, sempre que podia, incluía temas
originais em compilações suas (ex.: «A Luz» e «A Promessa» em «A História da
Sétima Legião: Canções 1983-2000») ou exteriores («O último Deserto», da
colectânea «Frágil 21»). Agora, trinta anos depois do início do grupo, outros
concertos se seguirão à edição deste «Memória», notável documento que recupera
– em áudio e em vídeo – o percurso irrepreensível da banda que deu o melhor
exemplo daquilo que poderia ter sido, e para fechar o círculo deste texto, o
verdadeiro «rock português».
Alinhamento:
CD
01.
Mar d’
Outubro
02.
Porto Santo
03.
Sete Mares
04.
A Partida
(versão)
05.
Noutro Lugar
06.
Tão Só
07.
Por Quem Não
Esqueci
08.
Com Estas
Mãos
09.
O Factor
Humano
10.
Ascensão
11.
Porta do Sol
12.
Além-Tejo
13.
Girassol
14.
O Baile (das
Sete Partidas)
15.
Mil Maneiras
de Amar
16.
Sem Ter Quem
Amar
17.
Com o Vento
18.
Glória
19.
Pois Que Deus
Assim o Quis
DVD
Concerto gravado no Pavilhão Carlos
Lopes, em Lisboa no dia 29 de Dezembro de 1990
01. Noutro Lugar
02. Sem Ter Quem
Amar
03. Tango do
Exílio
04. Aguarela
05. Senhora das
Rosas
06. Ascensão
07. Sete Mares
08. El-Rei D.
Afonso VI
09. Agora e
Sempre
10. Caminhos de
Santiago
11.
Por Quem Não
Esqueci
12.
Glória
13.
Pois Que Deus
Assim o Quis
Extras
1.
A Partida
(versão) [videoclip]
2.
Sete Mares
(videoclip)
3.
Ascensão
(videoclip)
4.
Por Quem Não
Esqueci (videoclip)
5.
Porto Santo
(videoclip)
6.
A Norte do
Mundo (videoclip)
7.
Sem Perdão
(videoclip)
8.
Cantigas do
Maio (ao vivo no concerto "Filhos da Madrugada")