De regresso ao MED, a emissão da Antena 1 de hoje foi novamente preenchida com vários momentos e convidados. Rui Pedro Tendinha trouxe-nos a curadoria do seu Cinema MED, que inclui “As Berlengas”, o álbum de Benjamim que Bruno Ferreira transformou em filme. O país convidado esteve em destaque com Oum, figura maior da música contemporânea do Norte de África.
Também se vê cinema em Loulé
Este ano, para além da literatura e do jazz, o cinema também marca presença no Festival MED. O jornalista e programador Rui Pedro Tendinha é o responsável pela programação este ano. “O cinema MED é uma ideia que surgiu da ideia de festival multidisciplinar. A minha ideia era sempre fazer cine-concertos, e foi uma honra poder trazer esta curadoria.”
No primeiro dia, a cine-performance de Rita Braga, “Bandas Sonoras” e a curta de Lucas Tavares sobre os Cara de Espelho preencheram a programação. No segundo dia, foi a vez de “As Berlengas”, filme-disco de Bruno Ferreira (ainda por completar) que ocupou os ecrãs no espaço ao ar livre dedicado ao cinema no castelo. “É a primeira vez que apresento um filme que não está acabado. Este é como se fosse um filme-vulcão, que vai tendo erupções”, diz-nos Bruno Ferreira. E porquê as Berlengas? A culpa é, como é óbvio, da música: o disco de Benjamim, de 2024, foi o que suscitou o filme de Bruno Ferreira, depois de uma conversa de café sobre o rumo do disco do primeiro. Passamos-lhe a palavra:
De qualquer forma, o filme acabou por ser uma obra tridimensional a partir do momento em que o dançarino e coreógrafo João Reis Moreira se juntou ao projeto. “A ideia de suberter a lógica de como fazer um filme é uma espécie de provocação que fiz ao Bruno. Trabalhei no disco completamente sozinho, depois trabalhei com ele e com o João Reis Moreira.”, conta Benjamim. “O turning point é quando decidimos que o filme é também um bailado. Há uma tridimensionalidade que inclui a perfomance, e o conceito do encadeamento do álbum veio deste trabalho em conjunto. Isso foi transformando o conceito”, completa Benjamim.
Para fechar o Cinema MED, Ernesto Rodrigues e Gonçalo Almeida apresentam “Nunca Mais Acordar”, uma reinterpretação musical do cinema fantástico de Gonçalo Almeida.
Além do cinema, também se declama poesia pelas ruas do MED: João Pedro Caliço “Tápê” trouxe ao MED de novo um programa de Poesias do Mundo, no mesmo espaço do Cinema MED.
Abaixo, poderá encontrar alguns dos artistas que passaram pela emissão da Antena 1 durante os últimos dois dias de MED:
Marrocos, o país convidado deste ano
Uma souk no meio do castelo, o aroma chamativo das especiarias, iguarias de diversas cores e sabores e o famoso chá marroquino. Este ano, pela primeira vez, o MED recebe um país convidado: um território que está aqui tão perto e que tem ainda tanto para aprofundar do ponto de vista cultural, especialmente tendo em as semelhanças entre o sul português e o Norte de África.
Oum, figura emblemática da música marroquina foi um dos destaques da programação desta noite. A artista trouxe ao público canções de “Dakchi”, disco que celebra os seus 10 anos de carreira, gravado no coração de Marraquexe.
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