Portucalis o novo álbum de Ana Laíns vai esteve em destaque no programa Vozes da Lusofonia de Edgar Canelas no dia 5 de novembro.
Ana Lains na Antena 1
Portucalis é o país dos sonhos de Ana Laíns!
Depois de “Sentidos” (2006) e “Quatro Caminhos” (2010), Portucalis surge no tempo certo, sem atrasos, e com a certeza de uma Missão por cumprir– Passar a Mensagem: “Este disco é dedicado a todos que gostam de Pessoas, que gostam de ser Pessoas do seu País, e compreendem que a Vida é uma Missão. É dedicado a todos que compreendem que desta Missão faz parte o Lugar onde nascemos!”
Alheio a rótulos, regras e conotações, Portucalis é um disco transversal, que viaja por todo o vasto Universo de cores da Música, Etnografia e Língua Portuguesa.
Do galaico-português ao Mirandês, passando pelo português actual, do Fado à Música de cariz Tradicional das Beiras e Trás-os-Montes, passando, paralelamente, pelas influências dos diferentes géneros que foram a escola no seu início de carreira (Jazz, Bossa Nova, Músicas do Mundo Ocidental e Oriental),este disco é uma viagem entre o Passado e o Futuro, que tem ao leme Ana Laíns, a “Cantora Colorida”.
O álbum conta com palavras de Ana Laíns, Mafalda Arnauth, Sophia de Mello Breyner, Fernando Pessoa, José Afonso, Sebastião Antunes, Carlos Leitão, D. Dinis, D. António de Bragança, e alguns temas populares de recolha.
Nas melodias a cantora contou com Ivan Lins, Fernando Alvim (a título póstumo), Paulo Loureiro, Filipe Raposo, Luís Caracol, Helena Del Alfonso e José Lara Gruñeiro.
Este álbum conta ainda com as participações especiais de Ivan Lins, Mafalda Arnauth, Luis Represas e Filipe Raposo.
Ana Lains com Ana Sofia Carvalhêda nos estudios da Antena 1
ALINHAMENTO
1.Portucalis (Paulo Loureiro)
2.O Fado do tempo morto (Carlos Leitão/ fado menor)
3.A Verdade da Mentira (Sebastião Antunes /Paulo Loureiro)
4.As Fontes (Sophia De Mello Breyner /Filipe Raposo)
5.Não Sei o Quê Desgosta (Fernando Pessoa /Luiz Caracol)
6.Cantiga Bailada (popular)
7.Não Sei Quantas Almas Tenho (Fernando Pessoa /Paulo Loureiro)
8.Teresa Torga (José Afonso)
9.Ai flores do verde Pino (D. Dinis / Helena Del Alfonso/ José Lara Gruñeiro)
10.Charanga do Tempo (Ana Laíns)
11.Mi Morena (Popular)
12.Fado das Horas (D. António de Bragança /popular)
13.Dual (Ana Laíns /Mafalda Arnauth/ Ivan Lins)
14.Sei-te (Mafalda Arnauth /Fernando Alvim)
Concertos:
- 18 de Novembro no Museu Nacional de Arqueologia (Mosteiro dos Jerónimos)
- 23 de Novembro na Casa da Música (Porto)
- 24 de Novembro no Casino da Figueira da Foz
"Este disco é dedicado a todos que gostam de pessoas!
Este disco é dedicado a todos que gostam de ser pessoas do seu país!
Este disco é dedicado a todos que compreendem que a Vida é uma Missão!
E que desta Missão faz parte o lugar onde nascemos!
Portucalis é o país dos meus sonhos.
É o país que existe entre margens.
Existe entre as margens das minhas dualidades.
Mas ser dual é existir.
Ninguém “É” totalmente.
Todos “SOMOS” parcialmente.
Se não em permanência… em muitos momentos das nossas Vidas!
Porque todos “EXISTIMOS” tal qual moedas ou folhas de papel, com cara e coroa, com frente e verso.
O Escritor e Poeta Mia Couto, escreveu o poema “Identidade” em 1977, que escancara sem rodeios a sua Dualidade:
“Existo onde me desconheço,
aguardando pelo meu passado,
ansiando a esperança do futuro.
No Mundo que combato, morro.
No Mundo por que luto, vivo. “Ser dual é viver permanentemente entre a realidade social e o sonho do estado puro da nossa Natureza.
“Preciso ser outro para ser eu mesmo”
Mia Couto no mesmo poema “Identidade”.
Ser dual é viver a incerteza de uma decisão.
Ser dual é calar a boca à verdade em prol de uma mentira reconfortante.
Ser dual é sorrir ao Mundo dos outros, enquanto grita e chora o nosso Mundo interior.
Ser dual é viver na linha que separa as expectativas do Mundo sobre nós e quem somos realmente.
Por isso existe a Arte!
Porque é na Arte que procuramos (e encontramos muitas vezes) o conforto na nossa verdade pessoal (e colectiva).
O Artista é um canalizador de “Verdades”.
E o Poeta é um fingidor.
E assim o é o Cantor.
Neste disco pretendo revelar todas as minhas verdades, e ir de encontro às Verdades dos Outros.
Preciso de ser fadista e não ser.
Preciso de viver em pleno o meu amor a este país, que é, concomitantemente, a minha maior Paixão e Desalento. O brilho nos meus olhos e as minhas lágrimas.
O Espelho onde vejo reflectidos todos os meus sonhos e desejos.
Numa Era de subversão de valores, prioridades, e de profunda artificialidade, eu quero ser uma portuguesa “missionária”, que encara a sua carreira como “Missão”.
Porque “Deus” me atribuiu a “Condição” de nascer aqui!
Porque me sinto em constante contra-ciclo.
Porque esta “Missão” me mata e renova todos os dias.
E é aqui que reside toda a minha dualidade!
Falta cumprir-se Portugal.
Este é o meu pequenino (mas genuíno) contributo.
Portucalis é o país (e o disco) onde me encontro, onde me equilibro, onde sorrio e sou feliz!
Sejam muito bem-vindos!"
Ana Laíns