A partir de 1 de Março, e durante 1 semana em exclusivo na Antena 1 oiça "É Lisboa a Namorar",
um dos temas do
disco de Cuca Roseta, que é lançado no dia 21 de Março.
Cuca Roseta: a mais rara verdade
Por uma vez, escrever ‘destino’, ‘alma’
e ‘verdade’ sem medo de exageros ou lugares-comuns quando se fala de fado.
Trata-se de um privilégio raro, porque raros são os predestinados a cantar um
género musical que não deixa mentir. E o fado não deixa mentir: não interessa a
voz, a figura, o estilo – ou sentimos verdade ou não sentimos. E com Cuca
Roseta, sentimos.
O seu disco de estreia, em nome
próprio, resume a história de alguém que sempre acreditou numa vontade maior do
que ela – e soube esperar. Mesmo já tendo participado numa banda marcante para
a música moderna portuguesa, Cuca Roseta sempre soube que era no fado que se
iria encontrar. Apenas esperava o momento certo, os cúmplices perfeitos.
Aconteceu. De um encontro fortuito
(alguns dirão predestinado) com o músico, compositor e produtor argentino
Gustavo Santaolalla – que já conta na bagagem com dois Óscares para Melhor
Banda Sonora (Babel e Brokeback Mountain) nasceu este «caso de amor musical»,
nas palavras da própria fadista. Santaolalla, que terá ficado deslumbrado com
uma actuação de Cuca, reconheceu na voz da fadista essa universalidade da alma,
que não conhece língua ou fronteira. O convite foi imediato, e a proposta tão
simples como ambiciosa: dar a conhecer ao planeta a voz, a artista e o ser
humano que é Cuca Roseta. Mais do que um projecto musical, para Santaolalla era
quase uma missão. E assim nasceu este disco.
Durante a gravação o produtor deu tempo
e espaço para a voz de Cuca Roseta dizer a verdade que tem.
O resultado é uma
colecção de temas que, dos mais clássicos como "Rua do Capelão" ou "Marcha de
Santo António", até aos musicados como "Porque Voltas De Que Lei" (letra de
Amália Rodrigues, colaboração do tanguero Cristobal Repetto e do próprio
Gustavo Santaolalla) ou "Maré Viva" (poema de Rosa Lobato Faria vertido para
castelhano), este é um testemunho verdadeiro de uma vocação. E ainda com a
mais-valia de nos apresentar uma fadista dona das suas próprias palavras, como
acontece em "Homem Português" ou "Nos Teus Braços".
Como
cúmplices musicais perfeitos, Mário Pacheco na guitarra portuguesa,
Pedro Pinhal na viola de fado e Rodrigo Serrão no contrabaixo. E ao comando de
tudo, a extraordinária sensibilidade de Gustavo Santaolalla, a dar espaço,
tempo e voz para que Cuca cumpra o que sente e enfim o possa mostrar ao mundo,
porque a alma e universal.
Cuca
Roseta sabe que seguiu o seu destino, e não é menos do que isso que ela quer
partilhar connosco, de forma natural, genuína e com um timbre tão perfeitamente
afinado. Agora é a nossa vez: esta verdade tem de ser ouvida de tão rara que é!