4ª feira dia 3 de Outubro Joana Espadinha vem à Tarde da Antena 1 (15h) para cantar duas canções do seu novo álbum e conversar com Filomena Crespo.
«A primeira canção que terminámos de gravar foi o "Leva-me a dançar", e foi surpreendente quando a ouvimos pela primeira vez. É uma canção especial que abriu caminho para o resto do disco.»
Podíamos descrever o álbum de estreia de Joana Espadinha na Valentim de Carvalho como um disco pop que mergulha no património da música portuguesa de artistas como Lena d’Água ou Gabriela Schaff como emerge inspirando-se diletantemente em artistas como Air, Stereolab, Aimee Man, Feist ou nas bandas sonoras francesas e na electrónica sensual dos anos 60. Um disco de canções fortes que exprimem uma voz forte e cristalina, inteligente e esclarecida, emancipada e sedutora.
«Gravar este disco deu um gozo danado. Na pré-produção trabalhei quase diariamente com o Benjamim, no seu estúdio, a experimentar beats, sons de teclados, linhas de baixo, percussão, e aquele som de CP maravilhoso que é uma constante no disco. Alguns leads vinham das minhas maquetes, outros foram surgindo pelas mãos do Benjamim, que tocou quase todos os instrumentos, com excepção de algumas guitarras (João Firmino), baixos (Francisco Brito). A Margarida Campelo, cantora e teclista do grupo, juntou a sua voz à minha e tudo se conjugou bem.»
“O material tem sempre razão” é uma viagem de exploração, descoberta e afirmação, tanto em termos musicais como líricos. Se na música há a produção de Luís Nunes, mais conhecido como Benjamim, em parceria criativa a desenvolver as ideias musicais de Joana Espadinha, já as letras revelam várias perspectivas e histórias de amor e de vida, uma narrativa típica do “coming of age” constituída por canções intemporais e nas quais nos reconhecemos.
«O meu pai sempre usou esta expressão, “o material tem sempre razão” e sempre gostei dela. Mas o que me levou a escrever uma canção com esse título (e dá-lo ao álbum) esteja bem mais próximo do que significa para mim esta viagem de ser artista e mulher nos dias de hoje – as expectativas, os sonhos, os rótulos que nos impõem, como um sapato de Cinderela que não escolhemos, nem nos serve no pé. E a verdade é que o meu percurso artístico tem sido assim: entre o que sou, o que quero ser e o que esperam que seja, às vezes não percebia o que não estava a funcionar. É que se temos de promover discos, vender música e fazer carreira, há coisas que se podem perder no caminho, e a autenticidade é uma delas. É esse regresso à autenticidade que marca este disco.»