A história de uma pequena ilha na qual, através de um achado da ciência e da tecnologia o ADN fóssil de animais extintos permitiu criar um parque temático com dinossáurios vivos nasceu nas páginas de um livro de Michael Crichton, o mesmo autor que, entretanto tinha já conquistado atenções com A Ameaça de Andrómeda ou Westworld (filme que ele mesmo havia realizado, em 1973 e que mais tarde foi adaptado a uma série de televisão com o mesmo título).
Steven Spielberg tinha já lido o manuscrito antes mesmo de o livro ser publicado e, após uma luta entre estúdios com vista à aquisição dos direitos de adaptação de Parque Jurássico ao cinema, a Universal Pictures saiu vencedora, entregando o projeto ao realizador que, na altura, terminava Hook e pediu para fazer A Lista de Schilndler antes de arregaçar as mangas para rumar à ilha dos dinossáurios. Deu assim tempo às equipas de efeitos visuais tempo para afinar a tecnologia necessária à recriação dos animais que pretendia apresentar ao lado dos atores, Não era a primeira vez que os dinossáurios iam ter protagonismo maior num filme. E de resto os filmes (japoneses) com o monstro Godzilla (com formas de grande afinidade para com grandes dinossáurios carnívoros) foram inclusivamente uma das inspirações para Steven Spielberg. Mas, desta vez, o realizador desejava outro sentido de verosimilhança na imagem, de forma a que a história conseguisse traduzir, no cinema, a força da narrativa de Michael Crichton.
Com um elenco com nomes como os de Sam Neil, Laura Dern, Jeff Goldblum ou Richard Attenborough, e a inevitável música de John Williams (que para o tema do filme criou uma das mais memoráveis das suas composições), Parque Jurássico chegou às salas a 9 de junho de 1993. Custou 63 milhões de dólares. Rendeu, até hoje, mais de um milhar de milhão… E tornou-se um clássico e abriu caminho a diversas sequelas (uma delas, Parque Jurássico – O Mundo Perdido, repetindo a dupla Spielberg/Crichton), algumas de facto muito populares, mas nenhuma tendo ultrapassado o momento que o filme original conquistou na história do cinema.
Texto de Nuno Galopim
No episódio desta semana de Duas ou Três Coisas, João Lopes e Nuno Galopim lembram os 30 anos da estreia de Parque Jurássico, evocando sobretudo a contribuição de Michael Crichton para a história do cinema.