Entre os filmes mais esperados que poderemos ver este ano, alguns já conquistaram esse título de uma forma incontestável. É o caso de filmes como Oppenheimer, de Christopher Nolan (com Cillian Murphy na pele de J. Robert Oppenheimer, um dos criadores da bomba atómica), Indiana Jones e o Marcador do Destino, de James Mangold (o quinto filme da série de aventuras com um Harrison Ford já octogenário e que mantém produção executiva de Spielberg), Tár, de Todd Field (com uma interpretação poderosa de Cate Blanchett no papel de uma maestrina da Filarmónica de Berlim que se vê envolvida num escândalo de abuso de poder), Napoleão, de Ridley Scott (um olhar original e particular sobre a ascensão do líder militar a imperador, tendo Joaquin Phoenix no papel central) ou Killers of the Flower Moon, de Martin Scorsese (a história da agência federal norte-americana que deu origem ao FBI nos anos 20, feita para a Apple TV+, e que volta a reunir dois colaboradores de longa data do realizador, Robert De Niro e Leonardo DiCaprio).
Poderemos contar ainda com outros esperados regressos, como os de Steven Soderbergh (que, depois de recuperar a forma no ano passado com Kimi, volta para concluir a bem-sucedida trilogia de Magic Mike com Channing Tatum em Magic Mike’s Last Dance), M. Night Shyamalan (com Knock at the Cabin, o seu mais recente filme de terror psicológico), Tom Cruise na pele do agente Ethan Hunt no sétimo filme da série Missão: Impossível ou a segunda parte de Duna, de Denis Villeneuve.
Tal como em anos recentes, o cinema feito por mulheres continua em alta. De destacar aqui Barbie, o quarto filme de Greta Gerwig, com Margot Robbie e Ryan Gosling (como o toy-boy Ken), A Voz das Mulheres, de Sarah Polley, com as notáveis atrizes Jessie Buckley, Claire Foy e Rooney Mara, Uma Bela Manhã, de Mia Hansen-Løve (com Léa Seydoux), Showing Up, de Kelly Reichardt, que volta a contar com Michelle Williams, aqui no papel de uma escultora, ou Saint Omer, de Alice Diop, um drama jurídico baseado em factos reais que fizeram as manchetes francesas.
Mas diversos filmes que surgiram nas listas dos melhores de 2022 um pouco por todo o mundo terão também oportunidade de confirmar a sua qualidade. Entre muitos títulos possíveis, estão, por exemplo, Aftersun, de Charlotte Wells, que esteve no topo de muitas listas de filmes do ano e tem Paul Mescal a interpretar um pai com uma depressão mascarada, O Filho, de Florian Zeller, que também aborda o tema da depressão e tem Hugh Jackman como um pai que lida com o problema de saúde mental do filho, EO, do polaco Jerzy Skolimowski, uma história emotiva centrada na odisseia de um burro, ou A Baleia, de Darren Aronofsky, com Brendan Fraser num papel muito oscarizável.
Mas uma série de outros filmes marcarão também este ano cinematográfico. Nomeamos apenas alguns, a título de sugestão seletiva: Toda a Beleza e a Carnificina (de Laura Poitras, sobre a fotógrafa Nan Goldin), Challengers (o novo filme de Luca Guadagnino), Living, de Oliver Hermanus, Master Gardener, de Paul Schrader, True Love, de Gareth Edwards (autor de Rogue One), Pacifiction, de Albert Serra, Close, do belga Lukas Dhont (autor de Girl), R.M.N., do romeno Cristian Mungiu, A Pequena Sereia, de Rob Marshall (reimaginação em imagem real do clássico da Disney que tem pela primeira vez uma atriz negra a desempenhar o papel), Elemental (o novo filme da Pixar), Império da Luz, de Sam Mendes (com Olivia Colman), The Eternal Daughter, de Joanna Hogg (em que Tilda Swinton interpreta o duplo papel de mãe e filha), Armageddon Time, de James Gray (retrato autobiográfico ao jeito de Os Fabelmans), How Do You Live? (aquela que pode ser provavelmente a última animação de Hayo Miyazaki).
Texto de Nuno Camacho
Esta semana o programa Duas ou Três Coisas, de João Lopes e Nuno Galopim, falou sobre a música, o cinema e as grandes exposições de 2023. O programa está disponível na RTP Play.