As palavras são como cerejas na vida de Paulo Freixinho. Atrás de uma vêem outras, semeando vocabulário, sinónimos e leituras. Seguimos as pistas e completamos a grelha de um percurso dedicado às palavras cruzadas. E no ano do centenário, há boas razões para muito “cruziscar”.
Ainda hoje dá erros de ortografia. E quando chega às escolas é o primeiro a levantar a mão assumindo que foi esse mau aluno a português. Conquista os alunos e os professores com o amor às palavras, mais ou menos difíceis, mais ou menos óbvias, mas sempre desafiantes. É um jogo de sedução que estimula a aprendizagem. Se os ósculos – beijos- e os amplexos – abraços – saltam da sala de aula para o recreio, o dia está ganho, mas o universo das palavras cruzadas também convida à leitura e ao convívio.
No Barreiro, onde vive, criou há 5 anos o Clube de Palavras Cruzadas, reunindo todas as quintas feiras na Biblioteca Municipal. E todos os dias, sobe ao sótão para combinar as grelhas de palavras que envia para o jornal Público, ou para o JN, a par de outras publicações espalhadas pelo país e pelo mundo. Como o próprio escreve na sua página Palavras Cruzadas em Português, “o cérebro que lhe pregou partidas”, é o mesmo que fez dele leitor.
O primeiro concurso nacional de palavras cruzadas nas escolas é hoje a maior conquista de Paulo Freixinho. Depois de uma primeira edição local, este ano ,a Rede de Bibliotecas Escolares apoia a iniciativa, pela qual tem cruzado ventos e marés. É bem provável que se cruze com a palavra “xurdir”. O jogo vai começar e Paulo Freixinho é Pessoa para Isso.