Morreu Ana Faria, cantora e criadora de projetos musicais de grande sucesso junto do público infantil ao longo dos anos 80 e 90.
Ana Faria começou o seu percurso bem antes, tendo estado quase para editar um disco na sequência da sua participação na emissão de estreia do programa “Zip-Zip”, em maio de 1969 – onde surgiu a cantar a “Canção de Embalar”, de José Afonso, e “Avé Maria do Povo, popularizado por Simone de Oliveira, em ambas acompanhada pela guitarra de Nuno Nazareth Fernandes.
Os primeiros discos seriam editados apenas uma década mais tarde, já em 1980, tanto a solo como ao lado do Grupo Decibel e ainda como integrante do conjunto Terra a Terra, que então deu cartas no campo da recriação da nossa música tradicional. Em 1982, chegava o álbum “Violeta Flor”, primeiro em nome próprio, e onde ao lado de uma série de originais da autoria de Ana Faria, de Heduíno Gomes e ainda do saudoso Mário Piçarra (também dos Terra a Terra), se encontra uma versão em português para “Skyline Pigeon”, de Elton John.
A década de 80 seria então não só a do projeto “Brincando aos Clássicos” como também a dos Queijinhos Frescos, sempre ao lado dos filhos João, Nuno e Pedro Faria Gomes. Aqui estava, aliás, a génese dos outros projetos musicais que Ana Faria coordenaria a partir de 1986, com maior destaque para a Onda Choc, e que obteria um enorme sucesso junto do público infanto-juvenil através de adaptações de canções pop internacionais. Entre outros, por ali passou uma voz segura da nossa música deste século: Marisa Liz. Sempre a marcar os tempos…
Texto de João Carlos Callixto
Pedro Miguel Ribeiro apaixonou-se pela música guiado por Ana Faria. E a sua história é a de muita gente. Neste documentário que é também um agradecimento junta as vozes de João Carlos Callixto, Marisa Liz e Maria Duarte.