Zé Perdigão «Sons Ibéricos»
"Sons Ibéricos" nas lojas sexta-feira dia 20 de Setembro em edição
simultânea em Portugal e Espanha.
Já nos aconteceu a todos – diante de uma voz de esplendor,
daquelas que espanta, que se entranha, que emociona e empolga, que fica depois
a ecoar, misturando desde logo o prazer e a memória, vamos por aquele
raciocínio prosaico: se cantasse a lista telefónica, o efeito seria o mesmo.
Levar-nos-ia a parar, a pensar, a planar, a aproveitar. Acontece com Zé
Perdigão, cantor português sem fronteiras, eleito para nos deixar atónitos
e estonteados com o alcance, a amplitude, a intensidade (e, ao mesmo tempo, a
doçura) da sua voz. Felizmente para todos, o cantor e todos aqueles que o
rodeiam não quiseram extremar o teste e a tal "lista telefónica" é trocada, só
com vantagens, por um rol de canções dignas de fotografar, sem necessidade de
retoques e emendas de Photoshop, cada uma das facetas da voz de Zé Perdigão,
fazendo-lhes justiça, abrindo portas a uma viagem que, sendo programada, acaba
por revelar surpresas, uma atrás da outra. Tudo está no lugar onde deve estar.
E, ainda assim, tudo nos comove, envolve ou empolga.
Agora, mais do que em viagens passadas, Zé Perdigão busca
e recebe canções que traçam a sua dimensão de intérprete sem limites. Fadista,
como ele começou por definir-se. Mas além-Fado, ideia testemunhada por vários
dos clássicos que recria ao seu jeito, vibrante, acessível, às vezes íntimo. O
percurso só precisa da lógica que serve a dimensão da voz – percorre Portugal,
subverte divisões que a alma desmente (a proximidade da Galiza, por exemplo),
abraça a Ibéria e ainda namora o Brasil. Ora nem por uma vez se sente que Zé
Perdigão deixa de ter a voz moldada a cada canção, como uma segunda pele –
mas que não se pense em operações plásticas, que a naturalidade impera, somando
instinto, técnica e matéria-prima. Ou, se quisermos especular, parece que cada
um dos temas esteve à espera deste cantor para atingir o seu ponto de rebuçado.
Doçuras não faltam, como pode confirmar quem já uniu os pontos, todos fortes,
de "Sons Ibéricos". Nem faltam os "salgadinhos", fica o aviso.
Este disco de revelação e de afirmação faz-nos cruzar com o nome
de José Cid, presente como compositor, autor, produtor, instrumentista. É ele
quem prepara as bases, para que Zé Perdigão se ocupe primordialmente com o
canto. Cid é cuidadoso e generoso. Por exemplo, quando, percebendo a cinzentice
corrupta e contemporânea em que Portugal se deixou mergulhar, lhe proporciona
lendas e narrativas, histórias sem data, perenes, cheias de princesas, ciganos,
brumas, fadas, amores contrariados, magia. Um mundo que Perdigão assimila e faz
brilhar. Subitamente, percebemos também que Zé Perdigão alargou a sua
esfera de influência, convocando Joaquin Rodrigo, Garcia Lorca, Teixeira de
Pascoaes, Pedro Homem de Mello, Alain Oulmain, Djavan, Ney Matogrosso. E José
Cid. Aponta – e acerta – a um disco sem data, mas que seria um desperdício e
uma asneira não começar, desde já, a assinalar como um dos que podem
abençoar-nos com grandes alegrias em tempos de escassez e de confusão. Aos
eruditos e académicos, deixamos a discussão – será Música Popular Portuguesa? Será
Fado mestiçado? Será canção urbana dotada de roupas universais? Para o efeito,
pouco importa. Aquilo que conta é não mais perder de vista Zé Perdigão e a sua
voz, sujeitos activos de um encontro imediato a que não queremos (nem devemos)
escapar.
O rótulo só preocupa quem arruma e, se houver justiça, bom senso
e tábua-rasa aos preconceitos, este disco de Zé Perdigão vai levar muito
tempo até chegar à estante. O vimaranense leva-nos, de certo modo, a um berço
de cantigas que tendemos a esquecer com demasiada facilidade. Depois, traz-nos
pela mão – e sempre, sempre pela voz – até ao que ultrapassa as condições de
passado ou de futuro: "é", simplesmente. Tão simplesmente como "Zé".
"Sons
Ibéricos", é o exemplo mais simples mas simultaneamente mais ousado de
juntar uma ideia antiga, ancestral e natural do Iberismo, revelando etnias, tradições
e costumes tão dispares através da poesia e dos sons da Guitarra Portuguesa de
Angelo Freire (Mariza e Ana Moura) e da Guitarra Flamenca e Gaita de Foles de
Amadeu Magalhães ( Dulce Pontes, Quadrilha e Realejo).
A
voz espantosa de Zé Perdigão consegue assimilar a alma sublime de Federico
Garcia Lorca, a simplicidade de Rosalía De Castro e a modernidade de Fernando
Pessoa.
"Em
"Sons Ibéricos" o difícil é encontrar um tema que se goste mais que
outro. Um álbum imprescindível para quem goste verdadeiramente de música e de
poesia!"
José
Cid
Biografia
Ano 2008, edita o seu 1º album
"Os Fados do Rock" cantando à Guitarra Portuguesa e Viola de
acompanhamento temas de Xutos & Pontapés, Jorge Palma, Rui Veloso, Heróis
do Mar, Rádio Macau entre outros… "Os Fados do Rock" é hoje um álbum
de culto e estremamente procurado na net como uma raridade.
Ano 2009, abre com enorme
aceitação e surpresa para José Cid no Campo Pequeno.
Ano 2010, abre para Michael
Bolton na sua digressão Europeia no Coliseu de Lisboa e tem (3 standups) do
publico surpreendido! Canta "Concerto para Aranjuez" no concerto
solidário "Uma Flor para a Madeira" sendo indiscutivelmente o maior
aplauso da noite.
Ano 2012, canta em
Guimarães-Capital Europeia da Cultura (sua terra natal) onde (santo da casa faz
milagre) de vários encores. Em seguida parte para o Chile a convite do Maestro
Julio Ortiz da Orquestra de Cordas de Santiago do Chile e do músico Jorge
Prado, é convidado para participar no álbum do grupo musical mais
representativo do Chile "Inti-Illimani" regressa depois de passar por
Argentina e Uruguai actual Capital da Cultura Ibero-americana onde o sucesso
chamou a atenção de uma grande editora Chilena para um álbum com poemas de
Pablo Neruda, Gabriela Mistral, Federico Garcia Lorca entre outros musicados
pelo seu produtor José Cid.
Ano 2013, é editado em Abril
"Sons Ibéricos" álbum etnico-sinfónico com fusão da Guitarra
Portuguesa com a Guitarra Flamenca com poemas de entre outros Teixeira de
Pascoais, Federico Garcia Lorca, Pedro Homem de Mello, José Cid, José Afonso…
sendo o single "S. Salvador do Mundo" aposta inicial num álbum onde é
difícil de escolher qual o tema que se goste mais!