Compositora das canções que canta, e letrista de muitas delas, Isabel Mesquita dá também voz à grande poesia dos Açores, através das palavras de autores como Natália Correia ou os mais recentes Paulo Ramalho e Daniel Gonçalves, sem esquecer outra das suas maiores referências líricas: Florbela Espanca. “Ilhéu” é o álbum que dá a conhecer uma novíssima e refrescante forma de abordar a música portuguesa, feita de estudo e de pesquisa, de amor e de afirmação, de cruzamentos e de criação.
Para a gravação de “Ilhéu”, Isabel Mesquita fez-se rodear de alguns melhores músicos nacionais: Yami Aloelela (que, para além de produzir, toca baixo elétrico), Cláudio Andrade (teclados), Tiago Oliveira (guitarras), Vicky Marques (bateria) e João Frade (acordeão), convidado especial no “Tango da Amargura”, para além de Rui Fingers e Luciano Barros, aos comandos da mesa—de-mistura. As sessões decorreram em 2018 na Casa Mãe.
“Ilhéu” é um grande álbum de grandes canções. Fiel à memória da sua apaixonada iniciação na música, o disco abre com a primeira canção que compôs, aos quinze anos, inspirada pelo poema de Natália Correia “Do Sentimento Trágico da Vida”. É o tema mais simples, imediato e – dir-se-ia – juvenil, apesar da densidade da letra. Uma densidade e profundidade que rapidamente passa e perpassa para todos os outros que se lhe seguem, na sua diversidade estilística, abertura de referências e plena maturidade autoral: “Caminhos Cruzados”, “Palavras”, “Um Amigo” (com Yami Aloelela na co-autoria da música e poema de Paulo Ramalho), “Canções de Amor?”, “Fanatismo” (sobre poema de Florbela Espanca), “Cidade” (letra de Daniel Gonçalves), “Ciclo Vicioso”, “Fiz Um Conto para me Embalar” (mais um poema de Natália Correia e o single/vídeo de apresentação de “Ilhéu”) e “Tango da Amargura”.
Ao primeiro disco, Isabel Mesquita inventa, com uma voz única e inspirada, um género que é só seu, assumidamente ilhéu, mas absolutamente universal.
01. Do Sentimento Trágico da Vida
Este disco é uma viagem no tempo, desde os meus 15 anos, num workshop de teatro na Praia Formosa, em que descobri a poesia de Natália Correia compondo “Do sentimento Trágico da Vida”, passando pela minha juventude, com diversos projetos que me ficaram no coração como IziBlues, Gapura e partilhando esta paixão com músicos talentosos com os quais explorei diversos estilos como o Jazz, a Bossa-nova e a música africana. Uma viagem à procura de música e através da música que passa pelo Brasil, Panamá, Espanha até Cabo Verde, onde conheci o Yami Aloelela que abraçou as minhas músicas como se fossem dele.
Em 2018, na Casa Mãe e sob a escuta de Rui Fingers e Luciano Barros, o Yami produziu o meu disco, a que se juntaram Cláudio Andrade (teclados), Tiago Oliveira (guitarras), Vicky Marques (bateria) e João Frade (acordeão), convidado especial na música “Tango da Amargura”.
Esta viagem no tempo permitiu-me conhecer um pouco de Natália Correia e Florbela Espanca e ter a colaboração dos poetas Daniel Gonçalves e Paulo Ramalho que partilham comigo esta vivência de ser ilhéu.
Ao talentoso fotógrafo Pepe Brix, que captou essa essência insular, um agradecimento especial, assim como ao Pedro Areias pelas suas magníficas imagens aéreas.
À família e amigos do coração pelo apoio incondicional, especialmente ao Ivo Dias e ao Kaki por todo o apoio durante a produção deste disco.
Se pudesse de facto viajar no tempo viajava para abraçar a minha Paula Santos Silva. À sua memória dedico este disco."
Isabel