No próximo domingo, a Antena 1 assinala os 40 anos de um dos momentos mais emblemáticos da história da música e do ativismo: o Live Aid. A emissão especial, em direto a partir do Capitólio, em Lisboa, vai recordar um pouco do que aconteceu naquele dia, o espírito solidário e irreverente daquela maratona de 16 horas que uniu Wembley, em Londres, ao JFK, em Filadélfia, a 13 de julho de 1985.
Um domingo para recordar e reviver. A emissão a partir das 10 da manhã desde o Capitólio, em Lisboa, servirá para recordar alguns destes momentos, algumas histórias desse dia, as memórias e o impacto cultural que o Live Aid proporcionou. Alguns convidados vão passar por lá para refletir sobre o legado do concerto solidário. E, como a música é a alma desta história, três nomes da música nacional vão subir a palco para recriar o espírito do evento: NAPA, Joana Alegre e António Manuel Ribeiro. Cada um interpretará um tema original e uma das músicas que foram tocadas nos palcos de Wembley e Filadélfia há quatro décadas.
Organizado por Bob Geldof e Midge Ure, o Live Aid foi mais do que um concerto: foi um grito global contra a fome na Etiópia. Inspirado nas chocantes imagens do sofrimento humano exibidas pela BBC no ano anterior, Geldof já tinha reunido dezenas de artistas para gravar “Do They Know It’s Christmas?”, o single solidário que bateu recordes. Mas em julho de 1985 conseguiu algo ainda maior: juntar mais de 75 artistas num duplo palco, e chegar em simultâneo a 1,9 mil milhões de espectadores, em 150 países. Quase 40% da população mundial assistiu ao que ficou conhecido como a “jukebox global”.
Os números de um feito histórico
- 72 mil pessoas em Wembley e 89 mil em Filadélfia;
- 1,9 mil milhões de telespectadores;
- 40% da população mundial acompanhou a transmissão;
- Mais de 150 países ligados por satélite;
- Cerca de 150 milhões de libras arrecadados ao longo dos anos para combate à fome.
Momentos que ficaram para a história
Em 16 horas de música, alguns instantes ganharam estatuto lendário:
- Queen, com Freddie Mercury a comandar 20 minutos perfeitos em Wembley, considerados por muitos a maior atuação ao vivo de sempre;
- U2, com um jovem Bono descendo do palco para dançar com uma fã num momento icónico;
- David Bowie emocionou Wembley com “Heroes”;
- A reunião dos Led Zeppelin após cinco anos separados;
- Phil Collins tocando em Londres e, de seguida, voando no Concorde para tocar em Filadélfia no mesmo dia;
- Paul McCartney encerrando Wembley com “Let It Be”.