Esta quarta-feira, no primeiro dia de março, a Antena 1 assinala o Dia da Discriminação Zero. Esta efeméride, proposta pelas Nações Unidas (ONU) e outras organizações internacionais, é um apelo à igualdade perante a lei — ao derrube de todos os obstáculos que impedem o ser humano de realizar os seus sonhos, ou mesmo viver em dignidade.
De manhã, pelas 09h40, Mónica Mendes recebe Cristiano Figueiredo, responsável pela introdução do Projeto de Prescrição Social em Portugal. O médico vai falar da sua experiência na Unidade de Saúde Familiar (USF) da Baixa, no Martim Moniz, em Lisboa. Com mais de uma centena de nacionalidades inscritas, esta USF ajuda os imigrantes que chegam a Portugal e que procuram emprego, escolas para as crianças, cuidados de saúde, claro, e integração na comunidade.
A Prescrição Social é uma intervenção que permite ligar utentes dos cuidados de saúde primários com os recursos de apoio existentes na comunidade. Procura maximizar as respostas às necessidades sociais, emocionais e práticas dos utentes, ajudando-o a encontrar soluções que contribuam para melhorar a sua saúde e bem-estar, mas também otimizar a utilização dos serviços do Serviço Nacional de Saúde.
No Dia da Discriminação Zero, queremos perceber até que ponto é que este projeto com uma forte componente social ajuda à integração dos imigrantes nas comunidades, dando-lhes muito para além de cuidados de saúde.
Na tarde da Antena 1, depois das 15h40, Noémia Gonçalves estará à conversa com Paulo Gonçalves, presidente da associação Doenças Raras Portugal. A definição de uma doença rara é aquela que afeta no máximo 5 em cada 10 000 pessoas. Isto dá a falsa impressão de que seriam poucas as pessoas afetadas. No entanto, existem mais de 6 000 doenças registadas pela codificação internacional Orphanet. Em Portugal, estima a DGS que existam entre 600 000 a 800 000 pessoas portadoras de doenças raras, ou seja, entre 6 a 8% da população.
Cerca de 80% das doenças raras são de origem genética, podendo afetar desde a gestação até à idade adulta, em que em casos muito pouco frequentes a pessoa possa não sofrer impacto. Contudo, numa enorme percentagem, atingem os portadores em fase pediátrica, e por serem degenerativas, provocam muitas vezes incapacidade grave, superior a 60%. No caso das doenças neurodegenerativas, podem provocar dependência de um cuidador em todos os momentos.
É fácil de perceber que, não sendo óbvias muitas vezes, as doenças raras criam nos seus portadores inúmeras barreiras nas suas, sendo talvez a mais óbvia do ponto de vista da discriminação laboral. Paulo Gonçalves explica-nos o que, em 2022, já foi feito e o que está por fazer para que estas pessoas possam ser totalmente integradas na sociedade.