Depois do sucesso da sua primeira temporada, a Companhia do Chapitô regressa a cena com uma das mais aguardadas inadaptações:
"HAMLET", de William Shakespeare, uma tragédia transformada em comédia.
A não perder de 24 de Janeiro a 24 de Fevereiro, de quinta a domingo às 22h00, no Chapitô
Decorrido praticamente um ano depois da estreia de “HAMLET”, a Companhia do Chapitô regressa finalmente a casa depois de mais uma extensa e bem-sucedida digressão mundial. Esta tournée levou o colectivo a mais de sessenta palcos em países como a Colômbia, Equador, Grécia, Suécia (entre outros), onde a língua nunca é barreira, pois para além de explorarem um estilo de comédia visual e física, todas as peças da Companhia são adaptadas e representadas também em Espanhol e em Inglês.
“É convite que não se pode recusar (…) um clássico feito em pedaços e remontado depois de devidamente infectado pelo humor desconcertante e cáustico da Companhia do Chapitô. (…) e com o talento dos seus intérpretes e criadores, a dramaturgia não deixar pedra sobre pedra depois de se atirar a um monumento clássico. Claro, há o efeito secundário do riso compulsivo, mas isso passa.”
Helena Simões in Jornal de Letras
Neste “Hamlet”, o enredo é transposto para a modernidade, fazendo uma analogia entre o outrora Reino da Dinamarca, onde tem lugar a peça original, e uma qualquer empresa multinacional dos tempos actuais.
Na inexistência de cenário e usando um figurino simples e contemporâneo (fato e gravata), o trabalho do actor não fica restringido à representação ou interpretação de uma personagem, até porque todos são Hamlet. Comunica-se com a palavra mas também com o corpo, com o gesto, com o som. O hiper-realismo da peça e o recurso constante a onomatopeias transporta o público para uma viagem verdadeiramente sensorial e cinematográfica.
O despojamento da cenografia serve também, na opinião do encenador José Carlos Garcia, para “suscitar a imaginação do público que não pode ser passivo”, pelo contrário, “tem que imaginar para além do que vê”.
À semelhança do que acontece em outras criações da Companhia, o uso de objectos é uma das formas de desafiar a imaginação dos espectadores. Neste caso, são as gravatas que ganham vida e assumemfunções distintas ao longo da acção. A escolha da gravata não é casual assumindo aqui uma representação simbólica de poder, de estatuto e verticalidade.
O trabalho contínuo e verdadeiramente colectivo entre encenadores e actores no desenvolvimento da estética da peça e todo o processo criativo que lhe subjaz faz com que cada actuação seja única e diferente e que o espectáculo se mantenha vivo.
Com direcção de José Carlos Garcia, Cláudia Nóvoa e Tiago Viegas e interpretação de Jorge Cruz,Susana Nunes, Patrícia Ubeda e Tiago Viegas, “HAMLET” ficará em cena no Chapitô de 24 de Janeiro a 24 de Fevereiro de 2019, de quinta a domingo, às 22h00.