1.
Joana Carneiro é uma pessoa singular.
Tão singular que não consigo entender como consegue ter uma carreira internacional de maestrina, ser mãe de quatro miúdos com idades entre a primária e a pré-primária e manter um sorriso luminoso que é uma provocação ao cansaço ou à tristeza.
É que a Joana não é apenas uma boa maestrina, é uma das melhores.
Divide o tempo entre Lisboa e os Estados Unidos onde é a diretora musical da Orquestra Sinfónica de Berkeley. Por cá é a maestrina da Orquestra Sinfónica Portuguesa, que inclui o mítico Teatro de São Carlos. Colabora também com orquestras em Toronto, Gotemburgo, Sydney, Madrid, Paris ou Auckland.
2.
E não é uma mãe qualquer.
Teve quatro filhos em 15 meses, trigémeos logo no primeiro parto.
Adaptou a sua vida à revolução.
Não faço ideia da quantidade ou qualidade do seu cansaço.
Não sei se chora nos momentos mais difíceis, se perde a calma, se não tem paciência para aturar os sorrisos das pessoas ou os olhares.
Só sei que quando a vejo, é luz que irradia.
E uma infinita paciência.
Sei que abraça os seus filhos, que os beija, que os olha até entrarem para a sala de aula.
Sei que os leva às festas.
Sei que gosta de gostar e que não tem uma única partícula de vedetismo.
3.
Defini-la como uma das melhores portuguesas não é original.
Prefiro então defini-la como alguém que nasceu para nos provar que tudo é possível, que a luz é mais forte do que a escuridão,
que o ser bom e acreditar no bem é mais poderoso do que ser ressentido ou amoral.
Admiro-a por ser uma sinfonia perfeita.
Uma cantata de Bach.
Ou as 4 Estações.
Joana Carneiro, filha de Roberto Carneiro e Maria do Rosário Carneiro, é alguém que vale a pena e nos obriga à esperança, à beleza e aos bons pensamentos.
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