Podia ter sido veterinária , ou bióloga, mas a entrada em cena da Companhia do Teatro Meridional aguçou-lhe o instinto
e deixou no ar a pergunta Ki Fatxiamo Noi Kui, Que fazemos nós aqui. Contaminada pela arte de representar, atreveu-se, descobriu-se, fez-se mulher e actriz. E já lá vão 30 anos.
O teatro é o berço, mas a televisão e o cinema, completam as tantas vidas de Carla Chambel, que por estes dias poderemos ver na grande tela , entre sussurros e chuva de areia, entre o desejo e a culpa de um amor tão forte quanto proibido. Numa “entrega que nos leva para as grandes interpretações da mulher no cinema”, vaticinou , rendido, o júri do XXX Festival Caminhos do Cinema Português se rendeu. “O Céu em Queda”, realizado por Carlos Ruiz Carmona, é a viagem que se avizinha, mas a mulher, mãe e afins, tem muito caminho para nos contar.
Do caos à contemplação, do maior ao mais pequeno, da embriaguez dos sonhos à água mais fresca num púcaro de alumínio.
Da firme vontade de olhar o mundo com empatia.
Carla Chambel é “Pessoa para Isso”.