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Socorro e Zaninha, uma por vocação e outra por escolha, são as mais antigas carpideiras do sertão do Cariri do nordeste do Brasil. Chegam agora a Portugal, trazendo o sotaque daquele lugar e reacendem a profissão de carpir os mortos, numa tradição que remonta ao Egipto antigo e que foi extinta em Portugal nos anos 70.
Sendo centenárias, não são velhas são antigas, e choram os mortos dos outros, em cânticos, orações e lágrimas, tudo fazendo para permanecer vivas, fugindo e afugentando a Morte. Partilhando uma cultura cujas raízes popular es têm uma relação directa com a identidade portuguesa, Socorro e Zaninha comunicam com o “outro lado”, respeitosamente, através de rituais cumpridos com zelo mas também com artifícios ingénuos e divertidos. Enquanto no presente, esperamos com elas, uma personagem que está a demorar a “desencarnar- se”, revisitamos alguns acontecimentos do seu passado que nos remetem para o inicio da relação entre estas duas mulheres, carpideiras e amigas e iremos com elas a vários dos velórios que fizeram parte do seu percurso profissional e humano.
"Duas mulheres carpideiras num longínquo sertão brasileiro, cantam incelenças para conduzir os que morrem, suavemente, para o outro ”lado da vida” enquanto fazem tudo neste mundo para permanecer vivas, fugindo e afugentando a morte. Duas mulheres carpideiras fazem tudo neste mundo para permanecer vivas, fugindo e afugentando a morte. Parece-nos a metáfora possível para falar do país daqui".
Sessões de 13 de setembro a 1 de outubro no Teatro Meridional, em Lisboa.