“Bem vindos à partilha do reino de Lear. Cuidado onde pisam. Há estilhaços de ambição espalhados por todo o lado…”
A Companhia do Chapitô apresenta “Rei Lear”, a partir da obra de William Shakespeare. Esta nova criação coletiva – a 43.ª do seu repertório – estará em cena de 1 a 23 de março.
Nesta versão minimalista de “Rei Lear” proposta pela Companhia do Chapitô, três intérpretes dão corpo a todas as personagens, movendo-se numa ação incessante de liberdade. O meta-teatro, que expõe a relação entre ficção e realidade, revelando os seus dispositivos de construção, emerge como a chave deste jogo. Um mecanismo vital para resistir à tragédia
Não se trata apenas de narrar uma história, trata-se de habitá-la, desafiá-la, desdobrá-la em movimentos que transformam corpos, vozes e espaços em algo instável, efémero, intencionalmente artificial.
O palco, esse território mutável, é o lugar onde as personagens se dissolvem e se recompõem, onde os intérpretes transitam sem aviso entre camadas de interpretação, expondo as entranhas do poder e da ganância.
São eles, os atores, o coração pulsante da obra, ao mesmo tempo múltiplos e singulares, enquanto erguem e destroem o jogo cénico, revelando um espectáculo que é tanto sobre Rei Lear quanto sobre a própria essência de contar uma história.