Mal Viver, de João Canijo, é o candidato português a uma nomeação para o Óscar de Melhor Filme Internacional. O filme foi o mais votado pelos membros da Academia Portuguesa de Cinema entre os quatro que compunham a shortlist (lista dos finalistas): Mal Viver e Viver Mal, as duas partes do díptico de João Canijo, bem como Légua, de Filipa Reis e João Miller Guerra, e Nayola, longa-metragem de animação de José Miguel Ribeiro.
Produzido e distribuído pela Midas Filmes, Mal Viver faz parte de um díptico composto por duas ficções que se interligam e que tem Viver Mal como filme-espelho. Ambientado num hotel em decadência, gerido por uma família de várias mulheres de diversas gerações, o filme de João Canijo retrata, em tom contemplativo, a vivência dessas mulheres que “arrastam uma vida dilacerada pelo ressentimento e pelo rancor que a chegada inesperada de uma neta vem abalar no período de um fim de semana”, como se lê na sinopse.
Predominantemente feminino, o elenco conta com Rita Blanco (presença já habitual nos filmes do realizador), Anabela Moreira, Madalena Almeida, Cleia Almeida, Vera Barreto, Filipa Areosa, Leonor Silveira, Lia Carvalho, Beatriz Batarda, Leonor Vasconcelos e Carolina Amaral, e ainda Nuno Lopes e Rafael Morais.
Ambos os filmes tiveram estreia no Festival de Berlim (a primeira vez que um cineasta português teve naquele festival dois filmes a concurso), tendo João Canijo obtido o Urso de Prata do Prémio do Júri para melhor realização.
Nas salas nacionais, Mal Viver foi visto por cerca de 16 500 espectadores, estando prevista para outubro a estreia em França do díptico. Nunca um filme português foi nomeado na categoria de Melhor Filme Internacional, embora este ano Portugal tenha estado representado nos Óscares através de Ice Merchants, de João González, que obteve uma nomeação para melhor curta-metragem de animação. Os nomeados para a 96.ª edição dos Óscares serão revelados pela Academia de Hollywood a 23 de janeiro do próximo ano, estando a cerimónia marcada para o dia 10 de março.