Saltar para o conteúdo
    • Notícias
    • Desporto
    • Televisão
    • Rádio
    • RTP Play
    • RTP Palco
    • Zigzag Play
    • RTP Ensina
    • RTP Arquivos
Antena 1 - RTP
  • Programas
  • Podcasts
  • Vídeos
  • Música
    Nacional Internacional Fado Discos Antena 1 Concertos Antena 1
  • Notícias
  • Programação
  • O que já tocou
  • Outros Temas
    Cinema e Séries Cultura Política e Sociedade

NO AR
PROGRAMAÇÃO O QUE JÁ TOCOU
Imagem de Postal do Dia

Postal do Dia

Luís Osório | 30 mai, 2025, 18:50

O dia em que enganei meio mundo com uma sandes de mortadela

Uma história pessoal que mete sandes de mortadela e uma deliciosa mentira que ajudou a convencer os meninos de um liceu de ricos a pedirem no bar a carcaça mais barata que havia.

Imagem de Postal do Dia

Postal do Dia

Luís Osório | 30 mai, 2025, 18:50

O dia em que enganei meio mundo com uma sandes de mortadela

Uma história pessoal que mete sandes de mortadela e uma deliciosa mentira que ajudou a convencer os meninos de um liceu de ricos a pedirem no bar a carcaça mais barata que havia.


1.
Em meados da década de 1980 frequentava um liceu de ricos e bem-nascidos.

Bem, considerei-me sempre muito bem-nascido, mas naquela altura não me era fácil ter as moedas suficientes para ir ao bar a meio da manhã ou da tarde.

Os meus colegas no Liceu Pedro Nunes nunca me trataram mal, pelo contrário. Tinha alguma popularidade, jogava bem basquetebol, marcava bons golos no futebol, era um dos mais rápidos a correr, falava de política e literatura, escrevia cartas de amor quando as miúdas me pediam para as escrever.

2.

Nunca tive namoradas no liceu.

Era acanhado, um tímido que preferia não arriscar dar um beijo com a língua pelo medo de o fazer mal. Depois era demasiado branco, demasiado intelectual, demasiado perfecionista, um chato do caraças.

Mas tinha alguma graça.

Fazia coisas que me orgulhavam ou me protegiam…

…ou as duas coisas ao mesmo tempo.

3.

Chateava-me só levar sete e quinhentos que davam apenas para comer uma sandes de mortadela.

Os meus amigos não tinham esse problema. Compravam rebuçados de fruta e sandes de queijo ou fiambre que custavam 15 escudos.

Durante algum tempo não pedi nada.

Preferia não comprar a mortadela à vista deles – não era que tivesse vergonha de ser pobre, mas eram chatos e obrigavam-me ao ofício da retórica, passava bem sem isso.

4.

Só que numa manhã qualquer a fome apertou e fui comprar o pão com recheio de porco.

Comi-o com pequenos gemidos de prazer.

Contei uma ou duas histórias sobre o grande achado da mortadela, a primeira vez que a provara, a impossibilidade de comer outra coisa pois tudo me parecia sem sabor quando comparado com aquela delícia.

A malta gozou-me à brava, mas no dia seguinte alguns experimentaram.

Depois mais ainda.

E às tantas as sandes de mortadela venderam mais naquele ano de 1986 do que alguma vez na história do Pedro Nunes.

Quase todos se renderam ao porco.

E eu pude comer como se fosse um igual.
Disponível posteriormente em Spotify, Apple Podcasts, YouTube e RTP Play.

Luís Osório Postal do Dia
Imagem de Postal do Dia
Jardim Gonçalves, o poder do silêncio
O banqueiro mais importante da história da democracia fez 90 anos. Jorge Jardim Gonçalves continua tão vivo como nos dias de infância em que a família temeu que fosse mudo / 3min
Ouvir Podcast

Pode também gostar

Imagem de Zeca Afonso foi abandonado em vida, é bom que não o esqueçamos

Zeca Afonso foi abandonado em vida, é bom que não o esqueçamos

Imagem de Um lugar difícil em Portugal

Um lugar difícil em Portugal

Imagem de A agenda secreta de Marcelo Rebelo de Sousa

A agenda secreta de Marcelo Rebelo de Sousa

Imagem de Ruy de Carvalho só quer ficar sozinho

Ruy de Carvalho só quer ficar sozinho

Imagem de O que se passa com os nossos filhos?

O que se passa com os nossos filhos?

Imagem de Aquele verde

Aquele verde

Imagem de Nota final sobre os improváveis ofícios

Nota final sobre os improváveis ofícios

Imagem de Energia solar e arte solar

Energia solar e arte solar

Imagem de O meu pai morreu com SIDA e (afinal) o assunto ainda vive em mim

O meu pai morreu com SIDA e (afinal) o assunto ainda vive em mim

Imagem de Ventura pode ser primeiro-ministro, vê-se nos olhos dos que venderam a alma

Ventura pode ser primeiro-ministro, vê-se nos olhos dos que venderam a alma

PUB
Antena 1

Siga-nos nas redes sociais

Siga-nos nas redes sociais

  • Aceder ao Facebook da Antena 1
  • Aceder ao Instagram da Antena 1
  • Aceder ao YouTube da Antena 1

Instale a aplicação RTP Play

  • Apple Store
  • Google Play
  • Contactos
  • Frequências
  • Programas
  • Podcasts
Logo RTP RTP
  • Facebook
  • Twitter
  • Instagram
  • Youtube
  • flickr
    • NOTÍCIAS
    • DESPORTO
    • TELEVISÃO
    • RÁDIO
    • RTP ARQUIVOS
    • RTP Ensina
    • RTP PLAY
      • EM DIRETO
      • REVER PROGRAMAS
    • CONCURSOS
      • Perguntas frequentes
      • Contactos
    • CONTACTOS
    • Provedora do Telespectador
    • Provedora do Ouvinte
    • ACESSIBILIDADES
    • Satélites
    • A EMPRESA
    • CONSELHO GERAL INDEPENDENTE
    • CONSELHO DE OPINIÃO
    • CONTRATO DE CONCESSÃO DO SERVIÇO PÚBLICO DE RÁDIO E TELEVISÃO
    • RGPD
      • Gestão das definições de Cookies
Política de Privacidade | Política de Cookies | Termos e Condições | Publicidade
© RTP, Rádio e Televisão de Portugal 2025