Nestes dias em que a dança se instala na cidade de Lisboa, conversamos com o criador e intérprete sobre a linguagem do corpo e as diferentes possibilidades de encontro entre os artistas e o público. E este sábado, na Fundação Champalimaud, a partilha traz para o palco neurocientistas com Ideias para o Futuro. Porque toda a arte tem ciência, e toda a ciência tem a sua arte. A dança do conhecimento alimenta Cumplicidades, e é tão feliz o nome deste Festival.
Descobriu a dança num anúncio de aulas para rapazes da Companhia Nacional de Bailado. Depois veio a descoberta do corpo. Mais tarde o Ballet Gulbenkian, e a seguir Nova Iorque. Aprendeu a técnica e o improviso, juntou-lhe a voz e o teatro. Performou e perfumou a dança, e no regresso a Lisboa, consagrou-se como um dos protagonistas do movimento da dança contemporânea em Portugal, iniciado no final da década de 80. Fundou a Eira, estrutura artística que permanece como um lugar de criação e de encontro desta comunidade, cruzando as diferentes linguagens que a dança pode representar. Todos os corpos são bem-vindos ao universo da dança, sem barreiras e sem preconceitos.
A cada 2 anos, arrisca novas Cumplicidades, espicaçando o olhar do público e a alma dos artistas. Reinventa e reinventa-se. A dança continua a ser uma descoberta de todos os dias.
Francisco Camacho é Pessoa para Isso.