Valeram à Suécia o primeiro troféu no Festival da Eurovisão. Muito mais do que isso: os ABBA descentralizaram as referências dos padrões da música pop e as listas dos discos mais vendidos em todo o mundo de um quase exclusivo anglo-americano. Com um percurso activo tão intenso como curto, alcançaram a perenidade, e é isso mesmo que João Gobern recorda em “ABBA: O Calor que Vem do Frio“.
A Antena 1 transmite este seriado de segunda a sexta-feira (1 a 5 de abril), pelas 9h50; no próximo domingo (7 abril), depois das notícias das 14h, o compacto. Com produção de Joana Jorge e sonorização de Tomás Anahory, é um trabalho em torno das histórias, controvérsias e canções que Agnetha Fältskog, Anni-Frid Lyngstad, Benny Andersson e Björn Ulvaeus nos legaram, continuando a ser ouvidos por diferentes gerações e geografias.
“Sendo um grupo de canções, muito mais do que de álbuns, os ABBA conseguiram atravessar gerações e deixar rasto”, reflete Gobern. “Algo que também não é estranho é o facto de terem mantido uma actividade real num reduzido número de anos – o que aumenta o desejo.” Um desejo de parte a parte, dos ouvintes e dentro da própria banda: não é fácil dissociar a intensa atividade profissional do contexto emocional. “Sem entrar na devassa da vida privada, esta série reconhece e aponta a importância decisiva da mudança dos estados civis na continuidade do quarteto”, aponta o jornalista, que se preparou para este trabalho com as biografias assinadas por Frédérique Courcier (“ABBA: La Biographie”) e Andrew Oldham, Tony Calder e Colin Irwin (“ABBA: The Name of the Game”).
Qual o melhor momento dos ABBA para João Gobern? “A escolher um álbum (porque continuo, jurassicamente, a ser um adepto desse formato), optaria de caras por ‘Super Trouper’, cuja canção-título é, de resto, a minha favorita de todo o património do grupo.” É caso para dizer que, esta semana, as luzes vão encontrar-nos… a escutar este especial da Antena 1.