11canções, 6 delas originais.
Ana Sofia Carvalheda conversou com a cantora compositora Joana Machado a propósito do seu recente cd de título “Blame It On My Youth".
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Joana Machado – "Blame it on my Youth
" – Disco Antena1!
"Blame
It On My Youth", o
quarto álbum de Joana Machado é, não apenas, a confirmação de uma voz
maior, há muito reconhecida por quem se movimenta no território do jazz mas,
acima de tudo, um manifesto sonoro liberto de espartilhos estilísticos, que
abraça descomplexadamente o grande público.
Joana Machado interpreta e assina os arranjos das onze canções que
compõem o álbum, das quais seis de sua autoria e um conjunto de versões
seleccionadas pela sua relação emocional com os temas e respectivos autores,
como "Polly", dos Nirvana, sobre cuja singular versão
recaiu a escolha para single de apresentação. No disco e ao vivo, Joana
Machado reúne músicos de excepção: Bruno Santos nas guitarras,
Óscar Graça no piano e efeitos, Bernardo Moreira no contrabaixo e Alexandre
Frazão na bateria
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Biografia
Joana Machado nasceu no Funchal em 1978.
Aos 6 anos iniciou a sua aprendizagem musical no
Conservatório.
Com 17 mudou-se para Lisboa onde frequentou durante um
ano o curso de canto da Academia de Amadores de Música, e mais tarde integrou a
escola de Jazz do Hot Clube de Portugal. No ano de 1999 foi
referida como "Nova voz revelação". Enquanto estudava Jazz, formou-se
em Design Industrial na Universidade Lusíada.
Em 2001 candidatou-se ao programa de Jazz e Música
Contemporânea da New School
University em Nova Iorque, e foi admitida com uma Bolsa de
Estudos. Durante a frequência do curso representou inúmeras vezes a escola,
inclusive num evento de student showcasing no famoso clube BIRDLAND, onde foi a única vocalista,
cantando ao lado de artistas de renome como Joe Lovano, Jesse Davis
e Jane Ira Bloom. A revista DOWNBEAT de Março de 2003 mencionou-a como
"uma vocalista talentosa". Na sua estada em Nova Iorque teve
oportunidade de estudar com Buster Williams, Doug Weiss, Joanne
Brackeen, Jeannie Lovetri, Luciana Souza, Reggie Workman,
Sheila Jordan, Vic Juris, entre muitos outros. Desde 2004,
tem aulas de técnica vocal com a cantora lírica Lúcia Lemos e teve ainda
algumas aulas pontuais com Theo Bleckmann
e Connie De Jongh.
Em Julho de 2002 representou Portugal no encontro
anual da IASJ
(International Association of Schools of Jazz – cujo mentor é David Liebman),
em Helsínquia.
Desde que iniciou a sua actividade profissional tem
assumido os papeis de líder e de sideperson com frequência, em projectos
de naturezas diversas – do Jazz tradicional à World Music. Colaborou igualmente com Jazz Orchestras das
quais destaca a Lehigh Valley Jazz Repertory Orchestra , dirigida por
Bill
Warfield; a New School University’s Jazz Orchestra, dirigida
por Charles
Tolliver; e a European Jazz Youth Orchestra, com a qual foi
em digressão internacional no Verão de 2004, desta vez dirigida por Pedro Moreira.
Em Nova Iorque cantou com Gary Bartz, Jamey Haddad,
Jane Ira Bloom e Reggie Workman. Em Portugal trabalha
frequentemente com alguns dos melhores músicos do Panorama.
Paralelamente à sua carreira de performer, é professora de voz, ensemble e formação auditiva. Integra actualmente o corpo docente da
Licenciatura em Jazz e Música Moderna da Universidade Lusíada de Lisboa.
Integrou em 2008/2009 o corpo docente do Departamento de Música da Universidade de
Évora. Completou no mês de Dezembro de 2012, o Mestrado em
Interpretação Artística na ESMAE (Escola Superior de Música e Artes do
Espectáculo do Instituto Politécnico do Porto). Actualmente frequenta o Doutoramento em Artes Performativas e da Imagem
em Movimento na Faculdade de
Letras da Universidade de Lisboa.
Em 2005 foi convidada de Bernardo Sassetti numa
apresentação ao vivo da sua banda sonora para o filme "Maria do Mar", de Leitão
de Barros.
Em Novembro de 2005 gravou o seu primeiro registo
discográfico para a editora Tone of a Pitch, gravado nos MB Estúdios por
Mário Barreiros com o apoio da DRAC do
Funchal. O contrabaixista norte-americano Buster Williams foi autor do
laudatório texto de introdução a CRUde
(TOAP 2006).
Este projecto actuou em inúmeras salas de prestígio do
país durante 2006 e 2007, como o Centro Cultural Olga de Cadaval
(Sintra), Fundação Eugénio de Almeida (Évora), Teatro Lethes (Faro),
Casa das Mudas (Funchal), Auditório Municipal do Seixal, entre
outras; e em Festivais de Jazz como o Funchal Jazz ou o Canjazz
(Cangas, Galiza).
Em Abril e Maio de 2007 foi convidada especial do Trio de Afonso
Pais na Festa do Jazz do Teatro S. Luiz. Partilhou o palco
com o cant’autor brasileiro Edu Lobo no Grande Auditório da Culturgest
e no Festival de Jazz do Valado.
Gravou em Janeiro de 2008 o seu segundo disco A Casa do Óscar,
um tributo ao legado menos celebrizado do Mestre "Tom" Jobim. Este disco conta
com a participação especial de Bernardo Sassetti (na canção "Olha Maria")
e ainda de um quarteto de cordas. No mercado desde Março de 2009 (Apresentação
no CCB – Pequeno Auditório) com o apoio da Fundação EDP, Fundação "O
Século" e da WPortugal. Também em Janeiro de 2008, participou no disco Aloumiños de Seda
do pianista galego Abe Rábade.
No Verão de 2008 foi em Tournée pela Holanda com o
quarteto do pianista Rembrandt Frerichs, passando por Festivais como o
Rabojazz Festival em Roterdão, e clubes como o Regentenkamer em
Haia.
Durante 2008 e 2009 apresentou A Casa do Óscar
por vários Auditórios e Festivais de prestígio do nosso país, incluindo o Festival
de Jazz de Portalegre (2009) e o Teatro Municipal de Bragança.
Iniciou o projecto Desnudo
com o pianista Amílcar Vasques Dias, uma exposição da poesia feminina
hispano-árabe do século XI com música de Amílcar Vasques Dias (gravado mais
tarde, em 2010, e editado pela NUMÉRICA
em 2011). Esteve também em tournée pelo Norte do país com o baterista
brasileiro Paulo Braga (baterista de Tom Jobim e Elis Regina) num projecto
de Filipe Melo e Bruno Santos.
No Verão de 2010, como bolseira da GDA, foi para Nova
Iorque frequentar o Workshop Singing Body/Dancing Voice da Companhia de Meredith Monk
e recebeu ainda aulas particulares do saxofonista/guru metafísico Steve Coleman.
2010 foi também o ano de edição do projecto de poesia
portuguesa musicada por Abe Rábade e adaptada para elementos orquestrais,
Travessia dos Poetas – Rosapeixe. Editado
pela espanhola NUBA Records/KARONTE,
este disco marca a sua entrada no mercado discográfico internacional. Este
projecto teve o apoio da Fundação Montepio e da Produtora Companhia de Ideias.
Inicia o seu projecto de final de Mestrado, uma re-invenção
de canções POP, ROCK, SOUL e R&B, que marcaram o seu crescimento. Este
projecto circulou em 2011 por salas de espectáculos em Portugal e Espanha como:
Cine-Teatro de Castelo Branco, Gran Teatro de Cáceres (ES), Centro
Cultural das Caldas, Fundação Oriente (LX) e Teatro Tempo
(Portimão); Em 2012: Teatro Micaelense (Ponta Delgada), Hot Clube de
Portugal, Festival Madeira
Island Summer Closing. Em 2013: Centro Cultural da Malaposta, S.
Luiz Teatro Municipal, Sofitel
Midtown NYC – por ocasião de um evento criado pelo ARTE INSTITUTE NEW YORK, MEO
OutJazz.
Durante 2012, Joana Machado participou em acções de
intervenção diversas, encabeçando a palestra /conversa aberta sobre Música e
Mercado de Trabalho com Rita Redshoes e Alexandre Frazão e
participando, desta vez como professora e coach, no 22º Encontro
Internacional de Escolas de Jazz (IASJ) em Graz, Áustria, onde realizou 3
Masterclasses e orientou um ensemble de 8 instrumentistas com o objectivo de
realizar um concerto final no MUMUTH Jazz Club. É membro do grupo vocal
"Fragmentz" encabeçado pela cantora/compositora Sara Serpa e com o qual
participou na Festa do Jazz do S. Luiz Teatro Municipal em Abril de 2013.
Blame it on my Youth
sairá em cd em Janeiro de 2014, tendo distribuição exclusiva da editor
Parlophone Music.
"Agradeço
a simples existência da sua voz (…) Admirador, muito."
Herberto Hélder (poeta)
"Há vozes sinceras.
Sinceras na sua autenticidade, força, fragilidade. Essas são as vozes que me
enchem o coração. Assim é a voz da Joana. Desvenda uma permanente procura do
limite da emoção, da beleza e da aspereza que a própria vida transporta.
Interroga-se e entrega-se. Ouvimos todos estes estados e delimita-se assim o
seu universo do qual passamos a fazer parte. E no caso da Joana quando falo de
Voz, na verdade, reporto-me à voz interna e externa. Na sua voz interna há
notas dadas por outros instrumentos e é também isso que a torna especial.
Podemos ouvi-la(s) neste novo disco onde me parece que a transparência da
incessante, cansativa mas saborosa procura do verdadeiro "Eu" tomou
forma. É muito bom sentir a sua energia da urgência e o grito contra a
superfície da beleza tornando-a assim ainda mais bela."
Rita Redshoes (cantora, compositora)
"Foi em 2000 que
ouvi o seu nome pela primeira vez. Era uma recomendação de um querido amigo e,
já na altura, virtuoso baterista, João Lobo. Fui a uma jam session do Hot Clube e aí estava a Joana. Cabelo muito curto,
olhos fechados, mãos expressivas. Fixei-a; fixei a sua voz, ora leve, ora
pesada, consoante os contornos da interpretação, a dar-se plenamente ao que
estava a cantar, com paixão e sofisticação. Passaram-se alguns anos até a
reencontrar. Desta feita, falámos. De tanta coisa. O que nos unia era este amor
intenso pela música e pelo canto. Fui ouvi-la. Na sua voz, canções que me
acompanharam pela adolescência, pelos anos formativos. A mesma entrega e a
mesma paixão que me lembrava de há mais de dez anos. E uma profundidade
interpretativa ganha com a vida, com as experiências, com esse efeito erosivo
que o tempo impõe ao canto, lascando o supérfluo e ajudando a descobrir o
central e essencial. É um privilégio, esta relação de amizade que temos vindo a
construir. Sempre foi um privilégio ouvir-te cantar, Joana."
Ana Bacalhau (cantora dos "Deolinda")
"Prepare
yourself for a truly unique experience (…) how many vocalists these days can
really stand up to the test of being just "listened to"? (…) So in this age
of mediocrity, when it’s dangerous to be diferent, along comes Joana Machado.
She is dangerous because she allows us to open up to ourselves , to dream, to
face reality, to dare to be diferent. She’s brilliant, adventurous, assertive,
unique, has a voice that’s as clear as water crystals, and the courage to
believe in our ability to listen. Her music has a healing quality, as all great
music does. (…)"
Buster Williams (contrabaixista, compositor)
"Joana
is a "musician’s" singer, with the ability to tell her musical story
with authenticity, sensitivity, amazing technique and beautiful musicianship.
When I hear Joana I hear her in my heart."
Martin Mueller (Director Executivo
da New School for Jazz and Contemporary
Music)
"She
has a wonderful mature voice and a great deal of experience. Good singers are
hard to come by."
Steve Coleman (saxofonista,
compositor)
"I
have known Joana since the Spring of 2003 and was very happy to accept such
talented student. Joana possesses wonderful vocal skills and is thoroughly
educated as a musician, with solid training in harmony and ear training. She
will be an asset to any group she joins, bringing her thorough approach and
work ethic, as well as her diverse and rich vocabulary as a singer."
Luciana Souza (cantora, compositora)
"A
Joana Machado é uma cantora que alia a elegância e bom gosto à criatividade e
esmero artístico. Tenho seguido os seus projetos e tenho pena do país não ser
do tamanho do seu talento."
Kiko Pereira (cantor, compositor)
"A
sua voz cristalina aliada a uma disciplina interpretativa reflectida na forma
perfeita como interpreta complexos arranjos revelam que sabe controlar a voz em
diferentes momentos (…) os estilos não a assustam pois responde com perfeita
dimensão à conjugação da voz com os instrumentos (…)"
António Rúbio (Correio da Manhã)
"Admirável
revelação"; "Instrumento de corpo inteiro"; "um nome que urge inscrever no mais
valioso património do jazz nacional" (…)
João Pedro Oliveira (D.N.)
"…
tem uma voz linda. Clara e simples (…) outra das suas características é a
capacidade para correr riscos, para se aventurar, características sem as quais
dificilmente se faz uma grande cantora (…) revela também grande sensibilidade
nas variações de timbre, fazendo lembrar, por vezes, uma cantora como Rickie
Lee Jones (…) Uma cantora à procura da magia nas canções. (…) Uma da mais
belas vozes nacionais."
Rodrigo Amado (O Público)
"Com
uma voz quase cristalina, Joana Machado pega nos temas e desmembra-os, com
técnica e bom gosto."
Nuno Miguel Guedes e Pedro
Dias de Almeida (Visão)
"Favorecida
por uma voz atractiva e cristalina a cantora revela uma notável intuição que
faz sobressair a sua extrema musicalidade (…) a vocalização improvisada da
cantora confirma o seu bom sentido jazzístico."
Raúl Vaz Bernardo (Expresso)
"Conhece
o chão que pisa e já escolheu o seu caminho. Tem tanta precisão, certeza e
rigor quando fala do seu trabalho que, por momentos, nos faz esquecer que
estamos a falar com uma artista. É talentosa, criativa e, para além disso,
muitíssimo exigente consigo própria sem passar a fronteira do bom senso e da
humildade."
Rita Sousa Tavares (jornalista)
"A
voz… elasticidade, flexibilidade e poder. E, para lá das acrobacias técnicas,
uma doçura. Não é difícil ficarmos enfeitiçados com esta voz, pela
sensibilidade com que nos envolve. Fresca e irresistível."
Nuno Catarino (jornalista)
"São
poucas as vozes que se afirmam assim, com tanta certeza."
Isabel Lindim (Elle)
"Una
vocalista con una estética a caballo entre el refinamiento de la música de
cámara y la explosión del jazz más vanguardista."
Pablo Pascual (Audio Clásica)
"Una
cantante de jazz con todo lo que se le puede pedir a una cantante de jazz:
flexibilidad tímbrica y amplitud vocal, experiencia en la cuna del jazz."
Angel Fraile (Ritmos del Mundo)