Os Calema
que vão subir ao palco do Coliseu dos Recreios de Lisboa no dia 13 de Abril de 2018 estiveram no "Programa da Manha"da Antena 1 onde conversaram com António Macedo e cantaram dois temas do álbum "A.N.V".
Cabo Verde, Moçambique e S. Tomé.
A Tour Nossa Vez traz consigo os mega êxitos “Vai”, “A Nossa Vez” ou ainda “Tudo por amor” e “Bomu Kêlê” temas que superam todos os recordes de visualizações no Youtube em Portugal, um registo impressionante de mais 50 milhões de contactos.
Um dos grandes sucessos de 2017, “A Nossa Vez” ocupa há mais de 1 mês as posições cimeiras do do top de preferencias de várias rádios portuguesas e do Shazam, o aplicativo usado mensalmente por mais de 100 milhões de pessoas para identificar música.
Ao vivo a banda tem surpreendido pela qualidade com que a sua música se supera ao vivo, onde é acompanhada por uma excelente banda.
Calema
Fradique e António Mendes Ferreira, nasceram em São Tomé e Príncipe. Descendentes de Cabo-verdianos, portugueses e angolares (povo da zona sul da ilha de S.Tomé) transportam em si uma diversa herança cultural que os conduziu à paixão pela música.
A aventura musical destes dois irmãos começou já há alguns anos, quando nas festas da escola cantavam as músicas que desde sempre ouviam em casa.
Apesar de frequentarem escolas diferentes, foi no dia mundial da criança que houve a possibilidade de numa das maiores festas organizadas para o evento, juntarem pela primeira vez as suas vozes em dueto.
As suas influências eram notórias, em casa, eram os ritmos brasileiros, principalmente a música sertaneja que tocava incessantemente no leitor de cassetes. Para este primeiro dueto, não poderia mesmo a escolha recair num outro género, cantaram “No dia em que eu sai de casa” de Zezé di Camargo e Luciano.
O aplauso e euforia foi unanime. Amigos, colegas e principalmente os pais impulsionaram e pressionaram os dois irmãos a juntarem as duas vozes e formarem um dueto, uma ambição com influência dos ritmos com que tão familiarizados estavam.
Gravam em 2006 dois temas, que os surpreendeu pelas reações e sucesso alcançado, permitindo-lhes traçar um caminho, corrigir falhas e principalmente descobrir a música que até então numa ilha isolada e com acesso muito restrito e dispendioso à internet e redes socias era quase inacessível.
Os convites para participações em festas iam surgindo, cada vez mais frequentemente, mas o ponto de viragem estava prestes a acontecer.
Num dia como tantos outros, o pai destes dois jovens, ouvia rádio. Ao escutar o anúncio das comemorações da independência de Cabo Verde, a realizar em S. Tomé e Príncipe, na sua cabeça surgiu de imediato a ideia, ia levar os filhos para cantar nesta festa.
O patriarca da família pede a um primo que vá buscar Fradique, que jogava à bola na praia e seguiram de imediato ao encontro de António que se encontrava na “roça”. O desafio estava proposto e aceite. Dirigiram-se sem demora para a capital. Ai chegados foi mais uma vez o pai que procura e fala com os apresentadores e organizadores da festa, pedindo para que lhes fosse dada a possibilidade de subirem ao palco para cantar. Assim foi, num intervalo de cerca de 15 minutos no alinhamento da festa, os dois irmãos sobem ao palco e perante uma plateia imensa, cantam os seus dois singles e também o tema da Cabo Verdiana, Cesária Évora – “Saudade”.
Presente nesta comemoração estava então o produtor de Cesária que rendido ao talento destes jovens, não só os aplaude entusiasticamente, como lhes propõem um contrato discográfico. Fradique e António passam a ser “Estrelas do Sul”, nome da esplanada junto à praia onde costumavam jogar à bola e que agora era o nome que os identificava como duo.
As canções passam a ser uma realidade do quotidiano dos dois irmãos. Participam no concurso nacional de rumba, em S. Tomé e alcançam o 1º lugar. O prémio obtido, o apoio de muitos amigos e os contactos que até então estabeleceram através das suas atuações em bares e hotéis, permite-lhes angariar os fundos necessários para comprar as passagens de avião e rumar em direção a Portugal.
Estamos em 2008 e com a chegada ao nosso país as “Estrelas do Sul” deixam a música um pouco em segundo plano dando primazia à aprendizagem com a obtenção de uma bolsa de estudo.
A música no entanto nunca ficou esquecida e não tardou muito, dois anos, para que editassem o álbum “Ni Mondja Anguene” que significa, nas estradas angulares (o povo do sul da ilha de S. Tomé e Príncipe). Este é um álbum que permite reconhecer o caminho que querem efetivamente seguir, obtendo uma aprendizagem essencial para alcançar os seus objetivos e desejos.