O encontro com o escritor António Mota tinha sido marcado na biblioteca municipal a que foi dado o seu nome, na vila de Baião. O sábado de quase fim de Julho começara chuvoso quando nos instalámos na esplanada do café da biblioteca, virada a três serras que são a concha matricial das terras de Baião.
Assim sentados com vista para as serras de Matos, da Aboboreira e do Marão daríamos corda ao gravador para que as memórias de António Mota corressem desde a infância em Vilarelho, junto às águas frias do Ovil. Mas o barulho persistente de uma motosserra fez-nos procurar os bancos e as mesas de pedra junto à igreja matriz da vila.
Afinal não choveu. E depois de gravada a conversa virada à serra onde houve uma fortaleza, fomos sentar-nos à mesa do amigo António Pinto, no restaurante da Pensão Borges. Assim poderia ser resumida a crónica de uma conversa tranquila na Terra do Anjo Azul. Na verdade, não poderíamos escapar a este vento e a estas serras que nunca se perdem dos nossos sentidos.