“Justa”, o seu último filme, revela-nos a idade maior da realizadora.
A arte de nos tocar olhando a dor do outro.
A partir dos incêndios de 2017, a ficção persegue a realidade possível.
Acreditando que há sempre uma luz na escuridão.
Sempre quis ser realizadora, e em 1991, 25 anos feitos, estreou-se com Idade Maior, já depois de ter participado como actriz, cenógrafa, argumentista e assistente de realização e de montagem, em diversas produções.
As cicatrizes da Guerra Colonial, tema desta primeira longa metragem, não foram uma escolha de principiante.
A sua obra revela-nos lugares íntimos e geografias diversas, observando o país e o mundo através de uma lente que está sempre à procura do outro.
“Justa”, a oitava longa metragem da realizadora, argumentista e produtora, procura a esperança e a luz na escuridão, juntando um grupo de sobreviventes afectados pelos incêndios de 2017 na região centro do país. Uma mulher cega que perdeu o marido, um homem queimado que perdeu a mulher, uma criança que perdeu a mãe, um jovem órfão, e uma psicóloga também ela perdida.
Esta conversa gravada uma semana antes do filme chegar às salas de cinema, é uma viagem aos bastidores da criação e às escolhas intuitivas que a definem.
Teresa Villaverde é “Pessoa para Isso”.