E de repente passaram 40 anos… Foi em 1982 que, em Lisboa, um grupo de amigos encarou de forma mais séria o desafio de fazer música. Já gostavam de ouvir discos há algum tempo. Gostavam de rock progressivo, mas ao escutar nomes da sua geração, dos Joy Division aos Echo & The Bunnymen, sentiram a sugestão de caminhos que eles mesmos depois tomaram nas suas mãos. Juntaram depois instrumentos e sonoridades que definiram alicerces entre heranças da música tradicional portuguesa. Bombos, gaita de foles, um acordeão, entraram em cena, mais adiante memórias sambladas de velhos cantos de lazer ou de trabalho. Pelo caminho surgiram canções que, como Sete Mares, Sem Ter Quem Amar ou Por Quem Não Esqueci, conquistaram um lugar na nossa memória coletiva. Depois fez-se uma pausa e, agora, chega o momento de mais um reencontro. Em traços muito largos esta é a história da Sétima Legião. Uma história que a Antena 1 recorda numa conversa de Nuno Galopim com Rodrigo Leão, Gabriel Gomes e Francisco Ribeiro de Menezes que hoje podemos escutar pelas 10h00, com repetição às 16h00. E que está já disponível no link que pode encontrar no fim deste texto.
Esta conversa recua às origens do grupo, recorda Glória (1983), o single de estreia e passa por todos os seus discos de estúdio: A Um Deus Desconhecido (1984), Mar d’Outubro (1987), De Um Tempo Ausente (1989), O Fogo (1992) e Sexto Sentido (1998), assim como inéditos que, ocasionalmente, surgiram depois. Lembra como músicos que integravam o grupo, como o médico Ricardo Camacho, por exemplo, mantiveram outros trabalhos ao mesmo tempo que iam criando música. O próprio Francisco Ribeiro de Meneses é neste momento o embaixador de Portugal na Alemanha.
As memórias passam ainda pelo ambiente na sua sala de ensaios, por instantes partilhados ao vivo e pelos muitos projetos a solo e em paralelo que nasceram envolvendo elementos da banda. E aqui podemos citar nomes como os Madredeus, os Gaiteiros de Lisboa, os Cindy Kat, o Projecto OM, os Poetas ou a própria obra em nome próprio de Rodrigo Leão… O reencontro, aos 40 anos, para dois concertos hoje e amanhã (1 e 2 dezembro) na Culturgest, em Lisboa, é o ponto para onde converge esta conversa, ficando no ar que outras mais passagens pelos palcos poderão estar a surgir na linha do horizonte.