É olhado, ao mesmo tempo, como um dos últimos hippies e como um dos precursores do punk e do grunge. Agora, que Neil Young chega aos 80 anos, a Antena 1 faz a festa percorrendo uma carreira que não dá sinais de abrandamento. João Gobern dedica-lhe um especial em cinco capítulos, para ouvir até sexta-feira (14 novembro), sempre pelas 9h52 e com repetição pelas 14h40; pode ouvir o compacto pelas 19h de domingo (dia 16).
Ativo em nome próprio desde 1968, o cantor e autor publicou, só na presente década, oito álbuns, alguns deles com recurso a um arquivo de gravações antigas, mas inéditas. É um todo-o-terreno da música, eclético nas escolas musicais que vai abraçando, e também uma das vozes mais sonantes em levantar dúvidas sobre como a música é divulgada e comercializada nos últimos anos.
O seriado de João Gobern abarca tudo isto, passando por dois momentos-chave para o público português, como os identifica o autor: “Um pelo aprofundamento em continuidade, entre [os discos] ‘After The Gold Rush’ [1970] e ‘Harvest’ [1972], outro precisamente pelo contraste entre a predominância acústica e a tónica eléctrica, entre ‘Comes A Time’ [1978] e o espantoso ‘Rust Never Sleeps’ [1979].” Os capítulos diários focam-se na faceta do “hippie/trovador folk“, mas a versão alargada de fim-de-semana “alarga horizontes para o padrinho de Nirvana e Pearl Jam”.
Há ainda tempo para dar conta “das suas paixões (como os automóveis), das preocupações (como a ecologia)” e “da sua agitada vida familiar. Ou seja, será um retrato de corpo inteiro.”