Meu amigo está longe
| Gisela João
Veja o videoclip do primeiro single retirado do álbum de estreia de
Gisela João, Meu amigo está longe, foi gravado numa casa (desabitada) da
Mouraria.
Realização – Maria Joana Figueiredo
Imagem – Paulo Menezes
Montagem – Rita Tomaz e Carlos Silva
Voz – Gisela João
Guitarra Portuguesa – Ricardo Parreira
Viola Fado – Tiago Oliveira
Baixo Acústico – Franscisco Gaspar
Produção e Direcção Musical – Frederico Pereira
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"Gisela João" é Disco Antena 1!
No dia do lançamento do disco (1 de Julho) Gisela João vem ao "Programa da Manhã" (das 8 às 11h) conversar com António Macedo.
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Neste seu primeiro trabalho Gisela João partilha o que lhe vai na alma e
no coração.
Ana Sofia Carvalheda apresenta o primeiro
trabalho a solo da cantora.
Gisela João
"Faz-me pensar nas voltas que o mundo dá. Aquela teoria de que a História se repete.
Inconscientemente ou não, dou por mim a pensar nas grandes fadistas da geração dos anos sessenta e de como é que seria se ela tivesse nascido nessa altura e tivesse vivido esses tempos da canção de Lisboa.
Por outro lado, dou comigo a olhar para os meus discos de vinil e dá-me uma vontade estranha de ir ouvir os primeiros registos das grandes cantoras internacionais.
Como é que seriam algumas delas se cantassem o Fado? O primeiro disco da carreira de um artista é provavelmente um dos mais importantes.
Ainda bem que este foi tratado com esse respeito, e com a coragem de tomar como referência este universo. Trazê-lo para o presente, a pensar no futuro, para que com isso se possa construir o início de uma grande carreira.
Senhoras e senhores, na minha e na vossa presença… Gisela João!"
CAMANÉ
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"Habituei-me a considerar o Fado um território perigoso.
Por um lado, é de Fado aquele que é, na minha opinião, o melhor
disco alguma vez editado pela Valentim de Carvalho: o álbum Com Que Voz de
Amália Rodrigues; por outro, é onde mais equívocos existem, porque o Fado é
hoje o tipo de música que mais garantia de mercado oferece aos artistas
portugueses, o que fez com que muitos sejam os que o abraçaram por razões
meramente comerciais.
Além disso, ou talvez por isso, é um facto que o Fado não
conhece qualquer convolução criativa relevante desde os tempos em que se
calaram a Amália, o Alain Oulman e o cúmplice e editor de ambos, o Rui Valentim
de Carvalho e a verdade é que, colocado perante o cânone que nos legaram, não
tive motivação, ou coragem, para me envolver na gravação de qualquer disco do
género e tenho olhado com enorme desconfiança, quando não desgosto, para quase
tudo o que foi editado desde então.
No entanto, de há uns anos para cá, tenho vindo a alimentar a
ideia que, mais cedo ou mais tarde, o Fado vai voltar a ser abanado por uma
energia vital que o vai recuperar para uma geração que hoje o olha como música
para vender a turistas, apenas e (quase) só um fenómeno comercial com que
deixou de se identificar.
Para mim esse momento chegou no Outono passado, quando surgiu a
hipótese de vir a trabalhar com a Gisela João e com o produtor Frederico
Pereira. Tenho que agradecer esta oportunidade ao Helder Moutinho, que
acreditou muito cedo que a Gisela João não era apenas mais uma…
Posso dizer que esperei 30 anos para editar este disco. E valeu
a pena a espera. "
Francisco Vasconcelos
– Valentim de Carvalho Edições
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NÃO TEM ALMA QUEM
QUER, MAS SIM QUEM NASCEU COM ALMA…
Saber esperar é uma virtude…
Há dois anos que Gisela João anda nas bocas do mundo, mas só
agora a fadista quis lançar o seu disco de estreia. E, provavelmente por isso,
as 14 músicas do álbum contam outras tantas histórias para chegar a um único
denominador: a realidade, mesmo quando dói, tem de ser olhada de frente.
Apontada por Camané como a grande aposta musical para 2013,
Gisela João tem pisado palcos em Lisboa, como o Centro Cultural de Belém, a
discoteca Lux (primeiro como convidada de Nicolas Jaar e depois num concerto em
nome próprio), o Teatro do Bairro, o clube Frágil, O Sr. Vinho, ou a tasca da
Bela, em Alfama.
É, sem dúvida, um disco de fado. Mas Gisela desviou-se do óbvio:
fez novos arranjos, derivou para canções populares, até atualizou a Casa da
Mariquinhas com uma letra de Capicua, uma rapper do Porto. Nas histórias que
Gisela canta, há amor e desilusão, mas também um olhar de rapina sobre a
realidade social – não fosse o fado a narrativa musical dos tempos difíceis.
Neste disco, tudo o que pode parecer absolutamente novo é na
verdade um retorno à génese do fado, à sua autenticidade maior. A forma como
Gisela se entrega às palavras, como se deixa levar por elas. É um fado menos
estilizado, onde a abordagem dos instrumentos foge da sonoridade barroca
habitual, mas no entanto não deixa de ser um fado mais genuíno.
Para quem acredita que o fado é um exclusivo lisboeta,
desengane-se: Amália foi criada no Fundão. Beatriz da Conceição, Maria da Fé,
Tony de Matos e José Fontes Rocha, por exemplo, nasceram no Porto. Lucília do
Carmo é de Portalegre. Gisela João é toda minhota.
Nasceu em Barcelos, conheceu o fado na rádio e começou a
reproduzi-lo para a família, primeiro, para os amigos e vizinhos, depois, em
concursos de talentos infantis. Mudou-se para o Porto, queria estudar design de
moda.
Mas o canto foi mais forte, entrou no circuito marialva da
Invicta e ali passou uns anos, acabando por desaguar na Mouraria. E foi aí que
a miúda franzina, de voz rouca e poderosa, começou a mostrar ao resto do mundo
aquilo que ela mesma diz, nas últimas palavras da última música do seu primeiro
disco: «Não é fadista quem quer, mas sim quem nasceu fadista».
HM Música/Valentim de Carvalho Edições
Data de edição: 1 de Julho
Edição: Valentim de Carvalho
Gisela João na Antena 1…
O primeiro single, "Meu Amigo Está Longe", celebrizado por Amália
Rodrigues (música de Alain Oulman e letra de José Carlos Ary dos Santos) teve estreia em exclusivo na Antena 1 no passado dia 19 de Junho: