Desde então editaram uma série de trabalhos muito aplaudidos pela crítica especializada: Bocas do Inferno (1997), Macaréu (2002), Sátiro (2005), Avis Rara (2012) e Bestiário (2019) conquistaram sempre lugares de destaque nas listas de melhores trabalhos dos seus respetivos anos, sinal de um grau de qualidade elevado que atravessa toda a sua obra. E é exatamente esse o ponto de partida para o novo espetáculo, um périplo criativo por alguns dos mais marcantes momentos de uma obra que se estende para lá da discografia oficial – Os Demónios do Meu Avô é um filme em stop motion que se inspira em figuras de uma das mestres do figurado de Barcelos, Rosa Ramalho, para que os Gaiteiros criaram a banda sonora de onde também sairá material para um concerto que se adivinha, em igual medida, intenso, efusivo, mágico e entusiasmante. E imperdível, pois claro.
Os Gaiteiros de Lisboa têm fortes ligações a importante parte da história da música portuguesa tendo tocado com gente tão diversa quanto José Afonso, José Mário Branco, Sérgio Godinho, Fausto ou ainda Trovante e Sétima Legião. Quando surgiram com o hoje clássico Invasões Barbaras, em 1995, os Gaiteiros de Lisboa revolucionaram a música popular portuguesa, respeitando as raízes, mas ousando olhar para o futuro.