1.
Há uma Praça da Alegria onde trolhas e peixeiras se misturam com catedráticos e cantoras de ópera.
Há uma Praça onde ranchos folclóricos se cruzam com bailarinas em pontas.
Há uma Praça onde todos os dias há receitas que parecem do tempo das nossas avós e artistas amancebados com o futuro.
Há uma Praça da Alegria onde quem nos recebe parece visita de casa – nunca faltam os molhinhos de salsa, os coentros, as farófias, mas também pratos de cuisine française.
Há uma Praça que é um programa de televisão, mas que quase parece não ser um programa de televisão. É sim um prolongamento da nossa sala, uma extensão das nossas memórias.
2.
Há uma Praça da Alegria que não se importa de ser passado, mas que nem por isso deixa de jogar à corda ou à macaca com o futuro.
Há uma Praça que é uma romaria de Verão mesmo no Inverno.
Há uma Praça sempre animada onde se gosta de gostar e em que as histórias não são apenas escolhidas para provocar lágrimas e audiências.
3.
Há uma Praça onde Jorge Gabriel e Sónia Araújo recebem muito bem as pessoas; quer sejam presidentes, dançarinos de salão de baile, grandes sumidades ou grandes falhados.
Há uma Praça da Alegria que não se importa de ser portuguesa, que faz tangentes ao kitsch ou que arrisca oferecer poesia e filosofia sabendo que perde audiências.
Há uma Praça onde já foi toda a gente.
E onde toda a gente se sente bem.
Há uma Praça da Alegria que acaba de fazer 20 anos, uma eternidade para um programa de televisão.
Há uma Praça da Alegria, feita pelo Centro de Produção do Porto da RTP – gente que sente a camisola, que sofre pelo serviço público e que merece uma palavra de reconhecimento.
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