Nome: Joel Pinto
Localidade: Lisboa
Letras: Viva a Liberdade / Só a Noite
Viva a Liberdade
Já não há mais amor, o que havia acabou
Já não há mais ternura, só a mágoa ficou
Já não há mais prazer, alegria de viver
Foi-se toda a vontade, não há nada a fazer
É doença sem cura, e agora doi a valer
Agora é só amargura e uma vida dura
Ensombrada pelo fado, pesado e cansado
De alma nua e no meio da rua
A tremer de frio pela noite crua
Já não há liberdade, o sonho acabou
Já não há mais glória ou lugar na História
O passado passou e já não mais memória
Daquela Ditadura, que agora regressou
Já não há mais ninguém, ou ninguém quer saber
Olham todos para o lado com medo de perder
O pouco que ainda perdura, importa é sobreviver
Immporta é sobreviver nesta vida dura
Ensombrada pelo fado, triste e cansado
De alma nua e no meio da rua
A tremer de frio pela noite crua
Resta só a saudade, o sonho acabou
Agora é só amargura e uma vida dura
Ensombrada pelo fado, triste e magoado
De alma nua e no meio da rua
A tremer de frio pela noite crua
Grita a liberdade: o sonho acabou
E se o sonho acabou, acabou-se o sonho
E sonhar não chega para quem não sossega
E não há maior loucura, do que morrer sem viver
E quem quer viver vive na ansia de ser
De lutar, forçar, de querer vencer
E não há Ditadura, para quem tem nada a perder
Tem nada a perder, só uma vida dura
Ensombrada pelo fado, triste e cansado
De alma nua e no meio da rua
Tremes de frio e a culpa é só tua
E se queres liberdade, a luta começou
E acabou a amargura e a vida dura
E até o próprio fado fica assustado
No meio da rua e à lua da Lua,
Grita bem alto: o sistema é um falhado
E viva a liberdade… a sua hora chegou
Só a Noite
Só a noite fica, quando todos vão dormir
De silêncio vestida, preparada para sair
Vai serena e majestosa,
Numa espécie de altivez
E, mesmo só ela não se sente só.
E vai pela noite fora, e …
Só a noite sabe, o que é não ter ninguém
Só a noite guarda, um segredo assim tão bem
E num solene juramento
Confessa a todo o firmamento
Que mesmo só ela não se sente só.
E vai pela noite dentro, e … Só
E num solene juramento
Confessa a todo o firmamento
Que mesmo só ela não se sente só.
E vai pela noite dentro
E eu como a noite também não me sinto só.
A noite e eu somos um… só