Antes de um conceito, existia um título: Verões Passados. É o que nos conta Rui Santos, apresentador deste programa que ganha agora uma segunda temporada: “Sugeria com enorme clareza a ideia de ter pessoas a contar histórias das suas vidas relacionadas em termos absolutos com as férias. Todos temos uma! Queria histórias do passado e quanto mais ‘passadas’, melhor! A música faria o resto, entre aquela que ouvimos com inocência e a que ouvimos com culpa.”
Esse é o resumo da ópera, embora seja improvável encontrar árias neste programa dedicado às canções de Verão — temática em evidência noutras novidades da grelha da Antena 1. A sinopse promete “canções de estalar o dedo e de bater o pé”, as “boas, as más e as assim-assim, para mais uma oportunidade de reclassificação ou simplesmente de ouvir”, acompanhadas das memórias e experiências que marcam a estação, da juventude à vida adulta. Para ouvir aos domingos, entre 13 de agosto e 10 de setembro, depois das notícias das 12h.
Para Rui Santos, a primeira temporada é uma coleção de histórias “divertidas, assustadoras, emocionantes”, que lança o mote para a segunda ronda. “Sublinho e agradeço a vontade dos seus intervenientes em contá-las com a distância que o tempo trouxe”, diz à Antena 1. “Mesmo o que à época foi inquietante, aqui se torna luminoso. Entre figuras públicas e cidadãos anónimos tal como em 2022, em 2023 a dose repete-se com o mesmo grau de desafio. Rui Veloso, Miguel Ângelo ou Viviane estão entre os convidados.”
Terá o nosso apresentador as suas próprias histórias de Verão? “Se tenho e mais do que uma! Acontece-me – continua a acontecer – de tudo! Conto uma no episódio inaugural de 2022 disponível tal como todos os outros em RTP Play, mas ocorre-me também, e relacionada com o início de carreira na rádio nos anos 80, a impulsividade de comprar as últimas novidades em vinil importadas antes que esgotassem, numa discoteca que ficava junto à praia para onde ia regularmente nessa altura. A essa impulsividade devia chamar-se no mínimo insensatez… E que tal recolher os discos na loja depois da praia e não querer guardá-los qual tesouro durante um dia inteiro à torreira do Sol? Quem sabe minimamente das leis da Física sabe que não sobreviveram…” Mas a história sobrevive, como o comprova Verões Passados.