Acaba de lançar “Hotel Timor”, “o mais íntimo” dos seus romances.
Uma homenagem ao irmão Bonifácio, fuzilado nas montanhas por ser a favor da integração.
Editado pela Poets and Dragons Society, o livro sucede ao Prémio Oceanos, atribuído em 2021, com “O Plantador de Abóboras”.
O escritor, formado em silvicultura, por influência de Ruy Cinatti, traz pão com manteiga e as tantas memórias com que barra a paixão pelas palavras e pelos livros. O “carteiro da Resistência”, como ficou conhecido, pelo compromisso que abraçou já em Portugal, com a luta pela independência, é também o eterno Takas, diminutivo que o acompanha desde miúdo, por conta de um presente oferecido pelo pai.
Viajamos pelas memórias mais doces, e pelas outras, as que agora o levam a enterrar o “irmão querido” nas páginas deste livro em que partilha uma dor fantasma que o acompanhou por toda a vida.
Em paz, finalmente, com o passado, o escritor pode atrever-se no canto ou na poesia, que hão-de assomar à conversa.
E convida-nos a caminhar até à boca do mar.
Luís Cardoso é “Pessoa para Isso”.