É tempo de contemplar, na “Terra Média”.
São poucos os artistas que se passeiam tão confortavelmente entre diferentes meios e ainda menos os que se atrevem a tentar capturar a hibridez dos media em toda a sua plenitude.
O visionário de hoje não se limitou a antecipar tendências ou a experimentar linguagens, tornou-se ele próprio sinónimo de improvisação, experimentalismo e audácia.
Se há artistas que escolhem cuidadosamente a área da Terra Media onde querem habitar, o nosso visionário preferiu o nomadismo e nunca se deixou circunscrever a um só meio, apesar de ser um monstro sagrado no media que o popularizou, a música.
Pode não ter uma morada ou apartado na Terra Media, mas, quando o procuramos, sabemos bem onde o encontrar: nos cruzamentos, nas interceções, nos grandes deltas, na foz dos rios.
Ali, para onde confluem e se misturam as ideias, as técnicas, as práticas, as culturas e os próprios media.
O nosso visionário de hoje não tem um templo ou um monte sagrado.
É venerado um pouco por toda a “Terra Média” e a sua voz ecoa em milhares de criaturas e criações. Mas acredita que os grandes génios são o produto de comunidades vibrantes, uma espécie de genialidade coletiva.
Juntem-se a nós, Peregrinos, em solene romaria, em busca do sempre irrequieto e inquietante Brian Eno, um visionário maior… da “Terra Média”.