“Olha para mim, tenho luz”.
É assim que começa a primeira letra escrita por João Baião para o Festival da Canção.
E, se pensarmos bem, estas palavras fazem jus ao próprio.
Tem luz, sim.
E bondade.
E uma rara autenticidade.
Não admira que seja tão amado pelo público.
Apaixonou-se cedo pelo teatro, pelo espetáculo, pela música.
Reproduzia tudo o que via na televisão.
E foi isso que o levou a escrever uma carta a Nicolau Breyner, em 1982.
[ano de estreia da primeira telenovela portuguesa: Vila Faia;
João ainda não tinha feito 19 anos]
Nessa carta, ousou dizer que adoraria fazer uma telenovela.
Recebeu resposta: “um dia venha cá”…
mas optou por não ir.
O ponto de viragem aconteceu mais tarde.
Graças a um concurso para novos talentos.
Um bar de Lisboa colocou um anúncio no jornal.
João concorreu com as peças de teatro escritas por si para as festas dos Escuteiros.
E venceu o concurso.
O júri ficou impressionado.
Desafiou-o a participar nas audições do Teatro Nacional D. Maria II.
E em 1986 já estava no elenco de “A Mãe Coragem e os Seus Filhos”.
Sim, Bertolt Brecht.
Sim, uma encenação de João Lourenço.
Sim, João Baião começou como ator dramático.
Também interpretou Shakespeare e Tchekhov.
Foi, porém, o teatro musical que o celebrizou.
E a televisão também, claro.
Já passou pelos três canais generalistas…
… mas foi na RTP que encontrou a sua alma gémea.
Tânia Ribas de Oliveira e João Baião pareciam “duas peças do mesmo puzzle”.
Este Infinito Particular não termina sem antes ficarmos a saber a predileção do ator/apresentador por Lara Li e Lena d’Água…
E se é verdade (ou não) que o homem da energia inesgotável tomava um medicamento à base de raiz de valeriana para fazer o Big Show SIC (1995-2001)…