O Dia do Trabalhador foi proibido pelo Estado Novo, mas às escondidas e à revelia dos patrões, muitos trabalhadores juntavam-se para fazer uma festa e reivindicar direitos.
Com revoltas ou protestos, piqueniques ou uso de roupa diferenciada, os trabalhadores nunca deixaram de celebrar o Primeiro de Maio. E relembram como era, antes do 25 de Abril.
Testemunhos de Manuel Guerreiro que viu o Alentejo impôr as oito horas de trabalho nas herdades; José Ernesto Cartaxo, activista sindical que percorreu empresas ajudando trabalhadores a celebrar; Fernando Abreu, operário católico que rompeu com a Igreja que nunca viu com bons olhos as comemorações; José Augusto Paixão, sindicalista e organizador da festa que juntou os trabalhadores no primeiro encontro entre os cantores José Afonso e Francisco Fanhais. A investigadora Maria Alice Samara enquadra as origens da festa do trabalhador até à conquista do feriado e o historiador José Pacheco Pereira mostra a iconografia sobre as lutas operárias e a conquista dos sindicatos, com o material da Associação Ephemera.