Um adolescente e um cientista tresloucado entram num carro e viajam no tempo. As personagens são Marty McFly e Doc Brown; o veículo é um insuspeito DMC DeLorean movido a plutónio; o dia de chegada é 21 de outubro de 2015. É em referência a esta cena – desfecho do filme original, de 1985, e princípio da sequela – que os fãs comemoram anualmente o Dia do “Regresso ao Futuro”.
As desventuras de McFly (interpretado por Michael J. Fox) e Doc (Christopher Lloyd) entraram para a história da cultura pop, a bordo de uma máquina de teletransporte sobre quatro rodas. No primeiro filme, o adolescente impede acidentalmente os seus pais de se apaixonarem; para se manter vivo, tem de desfazer esse equívoco. Com efeitos especiais da Industrial Light & Magic, empresa de George Lucas que trabalhou na saga “A Guerra das Estrelas”, em “E.T.” ou “Os Goonies”, o filme foi um êxito imediato de crítica e bilheteira. O sucesso, além de um Óscar de Melhor Edição de Som, estendeu-se à banda sonora, especialmente graças à canção “The Power of Love” de Huey Lewis and the News, escrita para “Regresso ao Futuro”.
Arquivado pela Biblioteca do Congresso dos EUA, é hoje difícil imaginar que o filme de Robert Zemeckis tenha parecido, por vários anos, condenado ao purgatório. Co-escrito por Bob Gale, o guião fora rejeitado dezenas de vezes pelos estúdios de Hollywood, que, no quadro das comédias da década de 1980, não o consideravam atrevido o suficiente.
Os 381 milhões de dólares gerados na bilheteira por “Regresso ao Futuro” foram, então, uma chapada de luva branca em nome da ficção científica familiar. Seguiram-se dois filmes, em 1989 e 1990, e hoje é o dia certo para os repescar. Regressar ao passado, para reencontrar o futuro.