Johannes Vermeer é um dos nomes com maior destaque no mapa europeu das exposições de 2023. Numa rara reunião de 28 das suas muito poucas obras conhecidas (pouco mais de trinta), o Rijksmuseum, em Amesterdão, tem no grande mestre holandês uma das exposições de que certamente mais se falará no panorama internacional este ano. Vermeer estará patente a partir de 10 de fevereiro, até 4 de junho.
Entre nós Cindy Sherman continuará em destaque em Serralves (Porto) até 16 de abril. Em Lisboa, até 6 de março, os Faraós Superstars ocupam, por sua vez, a principal galeria de exposições temporárias da Fundação Calouste Gulbenkian. No Museu Nacional de Arte Antiga podemos ver Por Terras de Portugal, desenhos dos séculos XVIII e XIX. O pintor Veloso Salgado (1864-1945) é protagonista de uma exposição a inaugurar em fevereiro no Museu Nacional de Arte Contemporânea do Chiado.
Nos 50 anos do desaparecimento de Pablo Picasso o Museu do Prado, em Madrid, coloca obras suas em conjunto de pinturas de El Greco. A exposição estará ali patente de 13 de junho a 31 de agosto. O Museu Rainha Sofia também celebra a obra de Picasso, propondo, a partir de 15 de novembro, Como Picasso Influenciou o Nascimento da Arte Moderna. O Museu Thyssen-Bornemisza junta-se a esta mesma agenda com Picasso. O Profano e o Sagrado, para ver depois de 4 de outubro, até janeiro de 2024. Ainda neste mesmo museu de Madrid podemos ver, a partir de dia 14 de fevereiro, Lucien Freud: Novas Perspectivas, exposição criada em parceria com a National Gallery, de Londres. Também na capital espanhola o Museu Sorolla assinala o centenário do pintor valenciano Joaquín Sorolla que lhe dá nome com uma exposição dos seus trabalhos de início de carreira que ali estão expostos desde esta semana e até ao dia 19 de março.
Em Barcelona uma das principais atrações do ano será a exposição dedicada a Miró e a Picasso que será apresentada pela Fundación Joan Miró e que se focará sobretudo na relação de ambos os artistas com a cidade catalã. A exposição inaugura a 19 de outubro e estará patente até 25 de fevereiro de 2024. Ainda em Barcelona o MACBA (Museu de Arte Contemporânea de Barcelona) sugere reflexões sobre a memória coletiva e o colonialismo através de trabalhos da marroquina Bouchra Khalili. Também este ano Barcelona verá novamente de portas abertas o Museu Martorell, dedicado às ciências naturais.
Rumando agora a Paris, em 2023 o Museu do Louvre mantém, até ao dia 6 de março, a exposição Esplendores dos Oasis di Uzbequestão. Das pinturas murais dos palácios de Samarcanda a pratas e cerâmicas da Báctria a exposição junta cerca de 130 peças que cruzam largos séculos de história daquele país da Ásia Central, algumas delas nunca antes mostradas fora das suas fronteiras. No Museu de Orsay, até 5 de março, podemos descobrir o que nos contam os bastidores do estúdio do pintor e escultor belga Jacques de Lalaing. A partir do dia 28 de março e até 23 de julho, este mesmo museu propõe uma exposição que colocará em espelho olhares sobre as obras de Manet e de Degas.
Basquiat x Warhol, a Quatro Mãos é a proposta que nos faz a Fondation Louis Vuitton para ver de 5 de abril até 28 de agosto. Por sua vez, a partir de 6 de abril, o Grande Halle de La Vilette apresenta Ramsés e o Ouro dos Faraós, exposição que estará ali patente até 24 de setembro. No Petit Palais, de 14 de abril até 27 de agosto Sarah Bernhardt é a figura em destaque. Antes, já a partir de 1 de março, cerca de 200 obras da escultora Germaine Richier estarão em exposição no Centro Pompidou.
A capital britânica já revelou uma intensa agenda de exposições para todo o ano. A Royal Academy of Arts apresenta, até 10 de abril A Exposição Espanhola: Espanha e o Mundo Hispânico, que cruza séculos de história, em diálogos entre a arte espanhola e a América Latina. Mais adiante, depois de 23 de setembro, esta mesma instituição londrina acolhe uma exposição de Marina Abramović. Obras de Donatello, referência maior da escultura do renascimento italiano, lideram o cartaz de propostas do Victoria & Albert Museum, numa exposição a ver entre os dias 11 de fevereiro e 11 de junho. Hockney: Bigger and Closer é o título da nova exposição de David Hockney, para ver de 25 de janeiro até 23 de abril na Lightroom. A mostra apresentará uma proposta de mergulho imersivo num espaço criado por si.
Ainda em Londres, agora na National Gallery, um dos destaques do ano será Depois do Impressionismo: Inventando a Arte Moderna, que inaugura a 25 de março e estará patente até 13 de agosto. Obras de Paula Rego, que se cruzam com memórias de Carlo Crivelli representam outra das sugestões deste museu, para ver entre 20 de julho e 29 de outubro. Obras de Dante Gabriel Rossetti e de algumas das suas grandes musas tomam conta da Tate Britain de 6 de abril até 24 de setembro. Ainda na Tate Britain, Isaac Julien é nome em destaque a partir de 26 de abril. Por seu lado a obra de Philip Guston está em evidência na Tate Modern a partir de 5 de outubro. Ouro Brilhante: Luxúria e Poder, no British Museum, evoca, de 4 de maio a 13 de agosto, o modo como o ouro representou um símbolo de poder nos tempos do Império Persa e como depois toda essa carga cultural se cruzou com a chegada de Alexandre, O Grande. Ainda em Londres a Saatchi Gallery apresenta, a partir de 17 de fevereiro, Beyond the Streets, um conjunto de olhares sobre a street art. Outro dos grandes acontecimentos do ano em Londres é a reabertura, após obras para melhoramentos, da National Portrait Gallery.
Fora da Europa um dos espaços sob maiores atenções em 2023 será o novo Grande Museu Egípcio, que deverá finalmente abrir as suas portas. Construído nos limites da capital egípcia, no Planalto de Gizé, junto das célebres pirâmides e esfinge, este é o herdeiro das coleções outrora albergadas no velho Museu do Cairo. A data oficial de abertura ainda não foi comunicada.
Em Nova Iorque o Starrett-Lehigh Building vai apresentar, na primavera, uma coleção de perto de 200 obras de Jean-Michel Basquiat. O Metropolitan Museum, entre o seu vasto programa de exposições temporárias, apresenta obras do pintor afro-hispânico Juan de Pareja (ca. 1608–1670) de 3 de abril a 16 de julho. A partir de 5 de maio o museu estará sob os focos de atenção de quem segue o design de moda à conta da exposição Karl Lagerfeld: Linha de Beleza. O MoMA (Museum of Modern Art) apresenta, até 15 de abril, uma exposição sobre a criação do filme de Guillermo del Toro que reinventou a história de Pinóquio.