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Imagem de Nick Drake lembrado 75 anos depois do seu nascimento
Recorte da capa de "Five Leaves Left" (1969), disco de Nick Drake / DR
Música Nuno Galopim | 19 jun, 2023, 13:04

Nick Drake lembrado 75 anos depois do seu nascimento

Praticamente ignorado em vida, desaparecido em 1974 com apenas 26 anos, o músico britânico é hoje uma referência.

Imagem de Nick Drake lembrado 75 anos depois do seu nascimento
Música Nuno Galopim | 19 jun, 2023, 13:04

Nick Drake lembrado 75 anos depois do seu nascimento

Praticamente ignorado em vida, desaparecido em 1974 com apenas 26 anos, o músico britânico é hoje uma referência.

Imagem de Nick Drake 75

Nick Drake 75

Nos 75 anos do nascimento de Nick Drake (1948-1974) recordamos canções suas tanto na sua voz como em interpretações por nomes que vão de Brad Mehldau e No-Man até Claudia Brucken ou Beautufy Junkyards.

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Praticamente ignorado em vida, Nick Drake (1948–1974) acabou por nunca ver devidamente reconhecida em vida uma obra que, desconhecida por muitos quando a registou, hoje é indubitavelmente reconhecida como uma das mais belas, pessoais e influentes da história da música popular. Mais que uma mera figura de culto, Nick Drake é hoje um ícone de absoluta referência, um autor único no seu trabalho de composição (e muito pessoal abordagem ao dedilhar da guitarra), um eloquente e literato escritor de canções, dono de uma voz arrepiantemente bela e autor de canções que cada vez mais vão somando novas interpretações por outros artistas e bandas.

Porém, por incrível que hoje nos possa parecer, Nick Drake foi um músico praticamente ignorado no seu tempo. Os três álbuns que editou em vida, entre 1969 e 1972 mereceram discreta atenção na imprensa musical, sendo poucos os textos que sobre eles foram então publicados na imprensa, mais raras ainda as ocasiões nas quais o jovem músico, nascido a 19 de junho de 1948 (faz hoje 75 anos), falou com jornalistas sobre a sua escrita, as suas composições, o seu canto.

O medo quase patológico que tinha do palco (vincado pelas poucas atuações que deu em início de vida profissional e nas quais sentiu tremendo desconforto), terá em parte justificado esta discreta existência, sobretudo dada a afinidade do som do jovem músico com uma corrente folk que ganhava fiéis no Reino Unido em finais da década de 60 motivando encontros de multidões, com festa, paz e amor. Nick Drake não era, contudo, um folkie… A sua escrita aceitava algumas heranças da canção de raiz tradicional, mas nela cruzavam-se também traços comuns aos de uma igualmente emergente geração de novos cantautores conscientes das formas e caminhos da cultura pop/rock. Nick Drake reunia o melhor de ambos os mundos, como o apelo medoldista elaborado de um Donovan, mas também o sentido da palavra (que denunciava uma vivência universitária num curso de inglês) que conheceria superlativo no igualmente contemporâneo canadiano Leonard Cohen.

Foi numa das suas raras actuações que um elemento dos Fairport Convention o viu e recomendou ao produtor Joe Boyd (o mesmo que havia acomoanhado as primeiras gravações dos Pink Floyd), que logo o apadrinhou e conseguiu um contrato através da atenta Island Records, de Chris Blackwell. Sob produção do próprio Boyd, com colaborações de Richard Thompson (dos Fairport Convention) e Danny Thompson (dos Pentangle), e os subtis mas determinantes arranjos para cordas e sopros de Robert Kirby (um antigo colega na universidade), Nick Drake gravou em 1969 um disco delicado, de beleza superior, que ainda hoje é absoluta referência no universo dos cantautores. Five Leaves Left, título que alude a uma chamada de atenção para o facto de que restariam apenas cinco folhas numa caixinha de mortalhas, apresenta uma música que revela um fortíssimo sentido melódico, uma voz sedutora, quente e tranquila, um sentido de atmosfera encantador e uma poética que traduzia, logo nos primeiros tempos, as temáticas centrais em Drake: melancolia, solidão, amores frustrados e morte. E quase uma inquietante visão cética sobre si mesmo quando, em Fruit Tree, quase parecia ter a consciência premonitória de que o seu tempo ou seria curto ou o seu reconhecimento, tardio (a acontecer, só chegaria depois). Essa inquietude encarna nas canções que aqui gravou uma dimensão verdadeiramente trágica que assombra, mas não deixa de encantar.

Apesar de ignorado na época, o álbum motivou a construção de um segundo disco, Bryter Later (1970), mais arrojado nas formas e arranjos. Mas o insucesso de ambos, uma vida ainda (e sempre) aparentemente solitária e a inesperada mudança do produtor Joe Boyd para a América deixaram Nick Drake entregue a uma depressão da qual deu primeiros sinais no álbum Pink Moon (1972), sobre o qual se conta que o terá gravado sem que quase ninguém desse pelas sessões e entregue, numa bobina final, na receção da editora numa ocasião em que por lá passou sem então ter falado com ninguém. A este trio, hoje reconhecido como clássico, seguiu-se uma retirada para casa dos pais, onde acabaria por morrer dos efeitos de uma overdose (crê-se hoje que acidental) dos medicamentos que lhe estavam prescritos, a 26 de Novembro de 1974 (tinha apenas 26 anos).

As gerações que se seguiram descobriram o talento de Drake e hoje é unanimemente tido como um dos mais completos e inspirados cantautores de sempre, com fieis seguidores em multidões que nos seus cantos sobre a solidão encontram uma cartilha de identificação. Sobretudo (re)descoberto nos anos 80, referenciado por nomes como Kate Bush ou os Dream Academy, Nick Drake conheceu desde então não só uma série de edições de compilações que ampliaram o volume de canções tornadas públicas (o primeiro conjunto de inéditos revelados postumamente surgiu em 1986 em Time of No Reply).

São entretanto também já muitas as versões que surgiram das suas canções e muitos também os discos de tributo prestado à sua obra. Tributos que fogem até à lógica mais habitual dos modelos do género, como por exemplo aquele que o cantor e alaudista Joel Fredrikssen editou pela Harmonia Mundi em 2013, com o título Requiem For A Pink Moon. Way To Blue – The Songs of Pink Moon, editado em 2013, inclui contribuções de Vashty Bunyan, Green Gartside (dos Scritti Politti), Teddy Thompson, Robyn Hitchcock ou Scott Mathews, entre outros, chamando ainda as presenças de músicos como o baixista Danny Thompson (ex-Pentangle), que chegou a gravar com Nick Drake, ou o guitarrista Neill MacColl (que teve a braços a difícil tarefa de abordar o raro dedilhar do homenageado). Entre nós surgiram versões em discos de bandas como os Caffeine (recriaram One Of These Things First no seu álbum de estreia, em 2001) ou os Beautify Junkyards, que apresentaram uma abordagem a From The Morning no seu primeiro álbum, editado em 2013. Agora, a assinalar aquele que seria o seu 75º aniversário, chega The Endless Coloured Ways – The Songs of Nick Drake, novo tributo no qual participam, entre outros, John Grant, os Fontaines D.C., Ben Harper ou Craig Armstrong. Também a assinalar este aniversário foi agora publicada uma detalhada biografia de 546 páginas, Nick Drake: The Life, de Richard Morton Jack.

O mais recente episódio do Gira Discos assinala o 75º aniversário do nascimento de Nick Drake com uma série de canções suas escutadas tal e qual as gravou nos três discos clássicos editados entre 1969 e 1972, às quais se juntam versões por vozes e bandas de outras gerações, provenientes de diversas origens geográficas.

Texto de Nuno Galopim

Ouça todos os episódios de Gira Discos na RTP Play. Para ouvir na Antena 1 de quinta para sexta-feira, depois das notícias das 00h.

Gira Discos Nick Drake

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