Aguiar da Beira é o paraíso dos orientistas em Portugal. Os melhores do mundo na orientação desportiva já correram no vasto território que a vista alcança do alto das ruínas do castelo medieval. Aqui vim encontrar Rafael Miguel, o jovem que, persistentemente, tem mapeado a malha urbana da vila bem como a floresta e o que nela se esconde ou revela. Todos os pontos relevantes do território são destacados num mapa de orientação: uma escarpa, uma falésia, uma árvore de maior porte, uma ponte, um caminho, um muro transponível, uma linha de água.
O cartógrafo Rafael Miguel poderia ter marcado encontro junto à capela da Senhora do Leite ou no chamado Largo dos Monumentos (lá onde se ergue uma trilogia de pedra e memória única na Europa, por isso classificada como monumento nacional). Mas convocou-me para a grande rotunda à entrada da vila, a designada rotunda da Orientação. Teria sido imperdoável perder-me. E depois levou-me à barragem da Fumadinha, um dos lugares em que se sente reconciliado com o mundo.
Ao longo da conversa teremos sido guiados pelo Senhor dos Caminhos que ali perto tem capelinha. Em todo o lado onde parámos contemplando os lugares que se nos revelavam, encontrávamos altos penedos e árvores sumptuosas.
Quando a caminhada abriu o apetite, abrimos o mapa: Restaurante Terreiro de Santa Cruz, aldeia de Carapito. Dona Agostinha tivera poucos dias antes no restaurante uma selecção de atletas japoneses e mesmo sem entender uma palavra do que diziam percebeu que iam felizes. Pedi-lhe que dissesse palavras de que gostássemos. E ela disse