O 20 revela os eleitos.
Os prometedores.
Aqueles que trazem a missão de fazer mais.
E melhor.
Ou diferente.
O 20 revelou Charters de Almeida.
Destacou-se na Escola Superior de Belas-Artes do Porto.
Primeiro na Arquitetura.
Depois na Escultura.
E para esta conversão muito contribuiu o Mestre Barata Feyo.
Mestre que lhe ensinou uma lição:
“Aconselho-o a pôr num papel do tamanho de um cartão de visita tudo o que tem na cabeça.
Num cartão de visita só põe o essencial.
E se é o essencial, não há necessidade de pôr mais nada.”
Uma lição para a vida.
Desde então, João Charters de Almeida persegue a síntese.
Procura dizer o mais que pode com o menos possível de elementos.
Isso é visível no conceito de Medalha-Objeto que inventou.
E também nas portas, passagens, trajetos e cidades imaginárias
– esculturas de grande porte que o aproximam decisivamente da Arquitetura.
Neste Infinito Particular da Antena 1, Charters de Almeida relembra histórias do seu “Período do Bronze”, conta-nos o que aprendeu no seu “Período Sabático” e elege obras favoritas do “Período Pós-Sabático” – entre elas está, claro, o conjunto escultórico encarnado trasladado da Ribeira das Naus para a Alameda da Universidade de Lisboa.
Pelo meio, também vamos ficar a saber que o artista se desdobra numa multiplicidade de expressões que vão da pintura à cerâmica, dos figurinos à cenografia para Ópera e Bailado, da tapeçaria à música. Sim, o nosso convidado é também um flautista amador, para além de saxofonista…
… e esta conversa levar-nos-á até Miles Davis, Jean Gilles…