1.
Há muita gente com talento.
Artistas dos pés à cabeça.
Há também os artistas que não têm talento.
E gente com talento que não tem alma de artista.
Há ainda os que se recusam a fazer papéis populares, mas que têm carisma e um dom natural.
E os que se rindo das estrelas das novelas são falhos de qualquer tipo de intuição artística.
Finalmente, há jovens estrelas televisivas sem qualquer potencial.
E estrelas populares com um potencial enorme.
Há artistas para todos os gostos.
2.
Entre os jovens populares, regra geral saídos de agências de casting, há uma figura que naturalmente se destacou da enorme multidão de candidatos a estrelas.
Sara Matos foi nisso impressionante.
Trabalhou no final da adolescência com Carlos Avillez, inscreveu-se no que pôde, procurou saber mais e candidatou-se a castings.
Como outros e outras teve a sua primeira grande oportunidade mediática com Morangos com Açúcar.
O sucesso foi imediato.
E a seguir outro e outro.
Protagonizou novelas.
Ganhou concursos de dança.
Apresentou programas de televisão sem nunca deixar por completo de aceitar fazer teatro.
E corporizou uma das principais transferências de atores entre canais, a sua passagem da TVI para a SIC bateu recordes na seletiva atenção mediática.
3.
Sara Matos tem um enorme talento.
É uma “one woman show”.
Se estivesse na Broadway poderia ser uma estrela planetária.
Se fosse americana ou inglesa a mesma coisa.
Representa, dança, canta, é empática e tem uma energia que faz as pessoas tristes ficarem menos tristes.
A televisão não é um meio de luz, pelo contrário. Aliás, aquilo que distingue os grandes profissionais é o modo como transformam o que é fake, o que é artificial, em genuinamente próximo.
Sara faz isso.
Tudo aquilo é encenado, mas quando ela aparece deixa de o ser.
Como se fosse um íman.
Uma força de vida.
Uma fonte de boa energia.
Um milagre mediático.
Há pessoas assim.
Percebemos como chegam lá.
Quando as vemos sabemos que aquilo era o que lhes estava destinado.
Texto e programa de Luís Osório
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