A vida de Ana Rosa começou nas montanhas de São Tomé, onde caminhava horas para chegar à escola.
Estudou na Rússia, fez uma licenciatura e um mestrado em Agronomia, mas quando chegou a Portugal encontrou portas fechadas e um país que, em muitos momentos, a tratou como se fosse menos do que aquilo que é.
Entre agressões quase invisíveis, oportunidades negadas e insultos racistas na rua – incluindo um episódio recente que filmou e denunciou -, Ana tentou preservar a sua dignidade e a da família que aqui construiu.
A par disso, enfrentou perdas profundas: a morte da mãe, do pai e da filha mais velha, num espaço de poucos anos.
Nesta reportagem, ouvimos o percurso de uma mulher que recusa ser definida pela violência alheia, mas que não nega as marcas que tantos episódios deixam para sempre.